Nesta semana, uma loira foi vista tomando sol na janela da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), escoltada por um policial. Trata-se da russa Tatiana Orlova, que foi solta ontem por meio de habeas corpus concedido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

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Tatiana foi presa preventivamente no dia 9 de julho, no curso de um processo crime, suspeita de alienação ilegal de uma avenida em Palhoça, na Grande Florianópolis. Trata-se do caso em que é citado o prefeito de Palhoça, Ronério Heiderscheidt. De acordo com investigações do Ministério Público, ele também é suspeito de se apropriar, de forma irregular, de parte da Avenida Mário José Mateus, no Bairro Bela Vista, em Palhoça.

Ronério é réu, juntamente com sua esposa, a deputada estadual (PMDB) Dirce Aparecida Heiderscheidt, com Tatiana e o companheiro da russa, Vasilie Drangoi. Segundo despacho judicial baseado em certidão da Polícia Civil, o russo Drangoi está em lugar incerto e não sabido. Ele não está foragido porque não há mandado de prisão em aberto contra ele.

O processo crime onde são citados o casal de políticos e o casal de estrangeiros apura a alteração de uma lei usando documentos falsos.

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A mudança permitiu a apropriação indevida de um trecho da Avenida Mário José Mateus para construção de uma fábrica de sorvete de propriedade dos russos, a Ice Queen Indústria e Comércio de Alimentos Ltda.

Mandado de intimação para o dia 16 de agosto

A instrução do processo está na 2a Vara da Comarca de Palhoça e o processo corre no Tribunal de Justiça de SC porque Ronério tem foro privilegiado por ser prefeito. Tatiana teve um habeas corpus negado no dia 10 de julho. Ela ficou detida na Deic.

De acordo com seu advogado, Divaldo da Rosa, Tatiana “não é criminosa, não precisa ir para o presídio”. Consta um mandado de intimação no TJ-SC para audiência no dia 16 de agosto que vem. Ela foi solta, mas o processo continua. Este foi instaurado quando a Justiça aceitou denúncia do Ministério Público de Palhoça, dia 9 de novembro de 2010.

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CONTRAPONTOS

O que diz o advogado de Tatiana Orlova, Divaldo da Rosa

Informou que a imputação penal contra sua cliente não é verdadeira e que isso será comprovado ao longo do processo. Disse que a detenção de Tatiana ocorreu por causa de um equívoco processual. O defensor de Tatiana disse que ela não compareceu a duas audiências porque não conseguiu ser intimada. Intimaram no endereço errado, segundo o advogado. Nos argumentos do habeas corpus consta que um antigo procurador de Tatiana “deixou de comunicar a paciente dos atos processuais, bem como da alteração do endereço”.

O que dizem Ronério e Dirce

Não retornaram as ligações da reportagem nem os recados deixados na caixa postal de seus celulares.

A assessoria de imprensa do prefeito informou que não havia conseguido contatar seu assessorado.