As agressões sofridas pela advogada Viviane Kawamoto Pivetta, mulher do vice-governador de Mato Grosso, Otaviano Pivetta, foram denunciadas à Polícia Militar de Santa Catarina. No pedido de ajuda feito ao 190, ela relata ter sido espancada e estrangulada pelo marido no apartamento em que mora em Itapema, no Litoral Norte de. A ligação foi gravada (ouça abaixo).
Continua depois da publicidade
O político foi indiciado pela Polícia Civil no dia de 7 de julho por lesão corporal leve contra a companheira. Ele chegou a ser preso em flagrante na ocasião, mas conseguiu liberdade após pagar fiança. Segundo o G1 SC, a defesa dele nega as agressões.
Na ligação ao número de emergência da PMSC, a mulher diz que saiu escondida de casa para acionar o socorro. Antes disso, no entanto, conta que precisou se trancar no banheiro para escapar do estrangulamento e apertar o testículo do marido para cessar o espancamento.
Ela ainda descreve que havia discutido com o marido durante o dia, mas que foi convidada pelo cônjuge, naquela noite, a orar. Foi neste momento que teria começado a agressão.
Agressor se arrepende de bater na namorada em Indaial e chama PM para ser preso
Continua depois da publicidade
Ouça o áudio que narra as agressões:
Veja a transcrição da ligação:
- Policial: Polícia militar!
- Viviane: Oi! Eu quero fazer um pedido de ocorrência.
- Policial: Pode falar!
- Viviane: Violência doméstica. Aqui na 225.
- Policial: O que aconteceu?
- Viviane: O meu marido me espancou.
- Policial: 225… Você está em casa ainda?
- Viviane: Tô aqui do lado de fora.
- Policial: E ele? Ele tá na casa ainda?
- Viviane: Eu não vi. Eu saí escondida. Eu tava presa no banheiro até agora.
- Policial: Não chegou a ver se ele saiu da casa?
- Viviane: Não! Ele tentou quebrar meu telefone para eu não fazer ligação.
- Policial: Tá! E a senhora tá na frente de qual número?
- Viviane: Eu tô aqui na frente do prédio, no Continental, na 225.
- Policial: E qual o número do prédio?
- Viviane: 10
- Policial: Como é que é o nome da senhora?
- Viviane: Viviane Pivetta.
- Policial: Ele tava embriagado? Sabe se ele é usuário de droga?
- Viviane: Não! Não!
- Policial: E por que ele bateu na senhora?
- Viviane: A gente teve uma discussão durante o dia, normal… E agora à noite ele me falou: “vamos orar!” E eu fui com ele na sala e lá eu tava com a coberta e ele começou a me estrangular com a coberta. E bater com minha cabeça no sofá. E começou a me chutar. E eu, pra me defender…. E ele pegou meu telefone… “você vai ligar pra polícia? Vai ligar pra polícia? Ele pegou meu celular e começava bater no chão.
- E eu segurei no testículo dele até ele me soltar. Na hora que eu comecei a apertar que ele me soltou.
- Policial: Tá! Só aguardar, tá senhora!
- Viviane: Vai demorar?
- Policial: Não sei te dizer, senhora. Isso aí vai depender da disponibilidade das viaturas. É só aguardar aí na frente.
- Viviane: Tá!
O casal está em processo de separação. O inquérito sobre o caso foi enviado pela Polícia Civil ao Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) no dia 8 de julho.

Como Pivetta tem foro privilegiado, o processo tramita difernte do que a Justiça comum. Por esse motivo, o MPSC solicitou declinação de competência para o Tribunal de Justiça (TJ). O Juízo da Comarca irá avaliar o pedido e remeter o inquérito para a análise na instância superior, caso entenda que o caso deve ser apurado pelo TJ. Procurado pelo G1 nesta quinta, o TJSC não passou informações sobre o caso.
*Com informações do G1 SC.
Veja os primeiros sinais de um relacionamento abusivo:
Leia também
Medo de feminicídio leva 36 mulheres a pedirem medidas protetivas diariamente em SC
Continua depois da publicidade