A doença que ficou conhecida por causar a “pior dor do mundo” e afetar a jovem Carolina Arruda, de 27 anos, é também o que causa sofrimento à secretária acadêmica Ana Maria Carrér Tosta, de 63 anos. Ela foi diagnosticada com neuralgia do trigêmeo no último ano, e desde então busca formas de conviver com a doença. As informações são do g1.

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Ana Maria é moradora de Ribeirão Preto (SP) e conta que a dor tem atrapalhado atividades básicas, e feito com que atividades como o ato de comer deixem de ser prazerosas.

— Lembro da minha vida sem dor e sinto saudades. A dor é frequente, sinto o tempo todo. Só não sinto quando estou com a boca fechada ou dormindo. Quando eu como, quando eu falo, quando eu passo a língua nos dentes. É o tempo todo com aquilo, é uma sensação de choque e parece que você está levando facadas no rosto. É uma coisa muito estranha, eu passo a mão em alguns lugares do rosto ou da cabeça, que parece que são terminações de nervos, e aí é terrível — relembra Ana.

Ela relata que, para sentir menos dor, está comendo menos, e também se alimenta mais rápido. Os familiares, ao ver Ana dessa maneira, demonstram preocupação e tristeza.

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— Eles ficam chateados de me ver sentindo isso. Quando vou comer, meu irmão fica olhando para mim, fica triste, ele percebe no meu rosto que eu tenho dor. A hora de comer é a pior pra mim. Como menos, porque quanto mais rápido eu acabar, mais rápido vou ficar livre daqueles choques. Tenho de comer, só que vou comer, vou sentir dor, vou sentir choque, vai ser horrível, mas tenho de comer — afirma.

O médico neurologista que atende Ana Maria em Ribeirão Preto, Sidney Godoi, explica que a mastigação é um dos gatilhos da dor, considerada a “pior dor do mundo”. Isso ocorre porque uma das ramificações do nervo trigêmeo está ligado ao maxilar, outra á mandíbula, e uma terceira ao olho. Esses três ramos são ligados ao rosto do paciente.

— Quando você mastiga, quando começa a falar muito, articular muito a mandíbula também, isso pode desencadear as crises de dor. A dor tem uma característica muito própria, não é algo difícil de fazer um diagnóstico, porque ela segue esse caminho do ramo do trigêmeo. É uma dor paroxística, vem tipo um choque de forte intensidade e dura de alguns segundos a poucos minutos, depois vai diminuindo, e depois volta de novo como um choque de intensidade muito forte — detalha.

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