Aliviada por estar com o marido em casa e nervosa pelo desaparecimento dos amigos Rui e Dalmo, Catarina Belletti Francisco, casada com o sobrevivente Belarmino João Francisco, 53, contou como o empresário passou mais de sete horas em alto mar lutando pela vida. Até a noite deste domingo, ele se manteve dentro de casa tentando se recompor do susto, mas contou os detalhes do naufrágio à Catarina.

Continua depois da publicidade

Diário Catarinense – Como foi acidente segundo Belarmino?

Catarina Belletti Francisco – Eles saíram para pescar como fazem há mais de 10 anos de Canto Grande por volta das 20h. Era para estarem de volta no sábado ao meio-dia. Como ele me disse, era muito escuro e não viram a onda só sentiram quando a embarcação virou. Primeiro veio uma bem forte que alagou o barco e a segunda virou de vez. O Belarmino e o Rui estavam de colete. Por duas ou três horas ficaram se mexendo muito no mar, mas foram se distanciando um do outro porque a correnteza estava forte. O Dalmo não estava de colete e não foi mais visto depois da segunda onda.

DC – E quando Belarmino ficou sozinho, o que ele fez para sobreviver?

Continua depois da publicidade

Catarina – Ele contou que não parou de mexer os braços, sempre nadando contra a correnteza. Disse tentou subir em uns pedaços de madeira do barco, mas eram muito finos e afundavam. Aí tentou se agarrar na caixa de isopor que levaram, mas ela quebrou. Falou que o que mais pensava era em não parar de se mexer, não sentir sede ou fome. Ás vezes parava por conta de câimbra nas pernas.

DC – Como foi o salvamento?

Catarina – Por volta das 6h da manhã, ele disse que passou a ficar com medo de não suportar o frio. Foi aí que avistou um barco. Pegou o apito do colete, mas ele não funcionava, aí disse que gritou tudo o que podia até que ele se aproximou e jogou uma boia, cobriram ele e deram café bem quente. Mas só foi tomar água às 13h, acho que ficou com a ideia fixa de não sentir sede.

DC – Ele já tinha passado por uma experiência semelhante e pensa em voltar a pescar?

Catarina – Não, sempre pescou à noite e nunca ocorreu nada. Depois desta, disse que não quer mais voltar ao alto mar, tem pesadelos e ainda está muito abalado.

Continua depois da publicidade