Uma mulher de 32 anos, casada com um empresário e residente em Florianópolis, foi resgatada pela Polícia Civil de Santa Catarina em uma casa na Zona Leste de São Paulo neste sábado. Ela havia sido sequestrada na capital catarinense durante a semana, e o resgate foi pedido em bitcoins, moeda virtual usada para transações digitais, mas com valor real.

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De acordo com o delegado Anselmo Cruz, da Delegacia de Investigações Criminais (Deic), que comandou a operação, é a primeira vez que sequestradores pedem resgate nesse tipo de moeda no Brasil. O acesso aos bitcoins se daria, segundo a polícia, pelo marido da vítima, dono de uma empresa que atua nesse ramo.

— Logo no início da investigação, conversei com colegas de todo o Brasil e nunca houve uma tentativa de sequestro onde fosse exigido o pagamento em moeda virtual. É uma situação inédita no Brasil. O grande objetivo era agilizar a transação, mas não foi possível — explicou o delegado.

Em São Paulo, a Deic estourou o cativeiro onde a mulher vinha sendo mantida, desde quarta-feira, quando teria sido sequestrada. De acordo com o delegado, a vítima teria sido abordada na Lagoa da Conceição, após deixar a filha na escola, e, então, levada para a capital paulista de carro.

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Durante o caminho, o grupo fez o primeiro contato com o empresário, pedindo o resgate. Ele, então, procurou a polícia e seguiu em negociação com os criminosos, na tentativa de atrasar o pagamento, já que a transação digital é muito difícil de ser rastreada. Enquanto isso, a Deic identificou o local do cativeiro.

— Eles acharam que teria uma facilidade muito grande pelo resgate pago em moeda virtual. A partir daí, houve uma negociação da vítima com os sequestradores e neste intervalo a divisão conseguiu localizar o cativeiro — disse Cruz.

A Polícia Civil acredita que a vítima tenha sido observada e escolhida com critério e que pelo menos seis pessoas estejam envolvidas na ação. Apenas uma foi presa, mas a investigação vai continuar.

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— Foi uma operação bastante difícil, mas conseguimos libertar a pessoa. Ela passa bem e não está machucada — contou o delegado Raphael Werling, que também participou da operação.

* Com informações do repórter Julio Ettore, da RBS TV

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