A mulher de 28 anos que foi atacada dentro de casa na noite de quarta-feira (2) no bairro Comasa, em Joinville, mandou mensagens pedindo socorro a familiares quando viu o homem invadindo a casa onde mora com os filhos — um bebê de 1 ano e meio e um menino de 6. 

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Camila* é irmã da vítima e recebeu o recado de Michele*, a mais nova de três irmãs, poucos minutos antes do homem arrombar a porta e entrar no quarto em que estava escondida com as crianças. Os relatos de Camila são fortes e demonstram os momentos de desespero vividos por Michele. 

A primeira mensagem enviada que dizia “Socorro, um bandido entrou aqui” foi entregue à Camila às 22h06min. Naquele momento, no entanto, ela conta que não estava com acesso ao celular e, por isso, não viu o texto. A mais velha, Suzana*, também foi avisada, assim como um tio que mora de frente para casa onde aconteceu o crime. 

— Ela mandou mensagem para um monte de gente, porque ela viu quando ele entrou no terreno e ficou com medo. Por isso, se escondeu dentro do quarto com as crianças e não ligou para ninguém porque achou que o cara iria ouvir a voz dela. No início, ela achou que ele ia sair, mas ele estourou a porta dela. Em seguida, ela mandou outro texto, desesperada — conta Camila. 

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A mensagem seguinte enviada às irmãs dizia: “Socorro, vai matar a gente”. Quando o agressor entrou no quarto, segundo Camila, Michele estava com o bebê no colo. Para evitar que a criança se ferisse, ela o colocou na cama. 

— Ele tava alucinado, gritando. Aí ele abriu a calça, mostrou o órgão pra ela, na frente dos filhos, e começou a falar pro menino mais velho “Não berra, fica quietinho”. Em seguida, pegou ela pelo pescoço e a levou para outro quarto da casa — relata Camila.

A irmã conta que o homem era alto e forte, mas que Michele tentou resistir às agressões e arrastá-lo para a cozinha, para que os filhos não presenciassem a situação. Durante a luta corporal, que durou alguns minutos, a vítima conseguiu se soltar do agressor e correu para fora, coberta de sangue. 

No portão da casa, encontrou a irmã mais velha e seu tio que haviam acabado de chegar. A polícia também já encostava a viatura no local, conta Camila, já que, durante o trajeto, Suzana acionou os policiais pelo número de emergência. 

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— Ela contou depois, já no hospital, que ele pegou a cabeça dela e bateu o rosto dela várias vezes no chão. Ela fraturou um osso no rosto, fraturou o baço e levou uma facada no peito. Ela está muito machucada. Tu olha o rosto dela e praticamente não reconhece — conta a irmã, em lágrimas. 

Durante a abordagem policial, o homem ainda resistiu à prisão, ameaçou os policiais de morte e tentou fugir pulando muros de casas da vizinhança, mas foi detido com dois tiros de bala de borracha. Já Michele foi levada ao Hospital Municipal São José, onde permanece internada. 

Liberdade provisória

De acordo com o delegado Roberto Patella, o suspeito estava em liberdade provisória do presídio de Curitibanos desde o dia 31 de janeiro e deveria retornar no próximo dia 6. Ele já responde por um crime de estupro. 

O caso será remetido para a Delegacia de Homicídios, já que o crime mais grave foi rotulado como tentativa de assassinato. No depoimento, o suspeito afirmou que usou drogas e entrou em uma residência que não conhecia e agrediu a mulher. Ele foi preso preventivamente. 

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— Esperamos que tenha justiça. Ele não é uma pessoa que tem condições de estar em liberdade. O trauma que ele deixou na vida da minha irmã e dos meus sobrinhos é indescritível, precisa pagar — enfatiza. 

*Os nomes são fictícios para preservar a vítima, as irmãs e os filhos

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