O vaivém de carros na Rua Itajaí, uma das mais movimentadas de Gaspar, não deixa transparecer a tristeza da barbaridade que houve ali. Em plena luz do dia e ao lado de uma amiga, Marlene Aparecida Gomes de Oliveira de Jesus, de 59 anos, foi surpreendida pelo ex-marido em frente à agência da Celesc, agarrada pelo pescoço e morta com um tiro na cabeça.
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Passadas cinco horas do crime, registrado pouco antes das 10h desta terça-feira (14), não havia mais faixas amarelas da polícia nem viaturas de perícia no local. Não fosse o cartaz colado na porta da Celesc, suspendendo o atendimento por causa do estado de choque dos funcionários, não seria possível saber que houve um assassinato ali naquela calçada.
A família, abalada pela tragédia, preferiu não falar. Na rua onde a mulher morava, no bairro Gaspar Mirim, também vivem alguns dos filhos e netos dela. Os semblantes expressavam dor e perplexidade. A assassinato de Marlene também chocou colegas da vítima. A mulher trabalhava em abrigo de crianças da cidade, porém estava afastada das atividades por causa de um problema de saúde.
Quem a conhecia a descreve como uma pessoa muito trabalhadora e bastante caprichosa, sempre vista indo e voltando do serviço com sorriso no rosto. Nos últimos dias de vida, Marlene se separou do homem com quem mantinha uma relação há cerca de dois anos, segundo relatos. Na terça-feira (7), registrou um boletim de ocorrência contra o ex-companheiro por ameaça, já que ele não aceitava o fim da relação.
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Na sexta (10), ele chegou a voltar até a casa da mulher e fazer disparos contra a residência. Não havia ninguém no local no momento. Marlene não viu necessidade de ir para um abrigo, nem de uma medida protetiva. Acreditava estar segura no lar, onde morou por mais de 15 anos. Na manhã desta terça (14), porém, saiu de casa com uma vizinha para resolver um problema na Celesc quando foi surpreendida pelo ex.
Ela será sepultada nesta quarta-feira (15), às 10h, no Cemitério Municipal de Gaspar.
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