O presidente uruguaio, José Mujica, reagiu com irritação na noite de quinta-feira às críticas de um órgão da ONU sobre a regulação da produção e da venda da maconha aprovada nesta semana no país.
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O presidente da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (JIFE), Raymond Yans, lamentou a decisão uruguaia e reclamou do fato de não ter sido recebido pelas autoridades do país.
– Comigo se reúne qualquer tipo de pessoa na rua. Que venha ao Uruguai e se reúna comigo quando quiser. Que não fale para a tribuna – disse Mujica. – Porque estão em um posto de pedestal acreditam que podem dizer qualquer disparate.
– Que venha, mas vai ter que explicar o que acontece em um monte de estados americanos, onde cada um deles, apenas com a capital, superam a população do Uruguai. Ou tem dois discursos, um para o Uruguai e outro para os que são fortes? – questionou, a respeito das legislações dos Estados americanos de Washington e Colorado.
O país sul-americano, de 3,3 milhões de habitantes, se tornou o primeiro país a legalizar a produção e a venda de maconha, uma iniciativa considerada pelo governo como um experimento para enfrentar o narcotráfico, em um continente no qual as políticas repressivas se revelaram ineficazes e resultaram em banhos de sangue e no aumento de poder dos grupos criminosos.
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Mas para a JIFE, a legislação contradiz a convenção de 1961 sobre narcóticos, assinada pelo Uruguai.