Os interesses do Brasil são maiores que interesses momentâneos de uma crise política, comentou, nesta quarta-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Edson Fachin.
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– O que me aparece muito importante neste momento – como aliás em todos momentos – é colocar o Brasil acima de todo e qualquer embate que haja – apontou.
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Depois de ressaltar a importância de que sejam preservados os interesses do Brasil, Fachin alertou que, para isso, é preciso “preservar as instituições, preservar a democracia”. Destacou, ainda, que é necessário estar disposto ao diálogo, à troca de ideias, “que levem em conta os interesses maiores do Brasil e não os interesses circunstanciais ou conjunturais”. De acordo com o ministro, cumprir essas tarefas é “o grande desafio que se coloca para quem, de fato, quer apostar numa estabilidade e não evidentemente no caos”.
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Fachin comentou, entretanto, que o diálogo é fundamental e pressupõe necessariamente o respeito ao dissenso.
– Dialogar não é aderir. Dialogar é abrir-se para a exposição de posições divergentes a fim de encontrar uma área comum de interesses que dê estabilidade à economia, que dê tranquilidade à sociedade brasileira. E que nós façamos isso preservando instituições democráticas – advertiu o ministro do STF.
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Questionado sobre a importância do respeito ao voto, o ministro do Supremo comentou que “do ponto de vista da democracia, a vontade popular é, evidente, uma vontade determinante para a periodicidade da escolha dos nossos governantes, e a vontade popular também expressa um gesto de soberania”. Depois disso, Fachin completou dizendo que preservar a democracia significa respeitar a soberania popular, ou seja, o voto, “salvo se haja constitucionalmente alguma outra hipótese”, sem situação de exceção.
Sobre a presença de ministros do Supremo e outras autoridades do Judiciário em jantar oferecido na terça à noite no Palácio da Alvorada, Fachin amenizou as interpretações de que tenha sido uma tentativa de aproximação do Planalto com a cúpula do Judiciário, justamente em meio às investigações de políticos na Operação Lava-Jato no Supremo e no Superior Tribunal de Justiça e ao andamento da investigação eleitoral da campanha da petista no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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– Significa que nós nos reunimos no dia alusivo ao Dia dos Advogados, nada mais do que isso – disse o ministro sobre o jantar.
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Na terça-feira à noite, Dilma recebeu no Alvorada cinco ministros do STF, além de presidentes de tribunais superiores e do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. No jantar, Dilma falou sobre a necessidade de garantir “harmonia entre os poderes”. Além do presidente do STF, Ricardo Lewandowski, compareceram ao jantar os ministros do Supremo Rosa Weber, Luiz Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Dias Toffoli – também na função de presidente do TSE.
*Estadão Conteúdo