A rotina agitada, a má postura, o excesso de peso e o sedentarismo são as principais causas das temidas dores nas costas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 85% da população sofre ou ainda vai sofrer desse mal. Além de prejudicar a qualidade de vida, as dores nas costas representam um impacto socioeconômico importante.
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O Ministério da Previdência Social considera a dor nas costas um dos principais problemas de saúde que geram licenças trabalhistas com duração superior a 15 dias, junto com doenças como hérnia, varizes e depressão. Além disso, de acordo com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a dor nas costas está entre as principais causas de aposentadoria por invalidez no Brasil. Entre janeiro e novembro de 2012, mais de 116 mil pessoas receberam auxílio-doença por esse motivo.
Muitas vezes negligenciada, o tipo mais comum de dor nas costas é a chamada lombalgia, que costuma atingir a região lombar das costas, podendo estender o mal-estar para as pernas.
– Ao contrário do que as pessoas costumam acreditar, a lombalgia não é uma doença, mas um sintoma, podendo sinalizar desde problemas na musculatura da coluna até doenças graves, como infecção renal, hérnia de disco e aneurisma de aorta abdominal – alerta o neurocirurgião especialista em terapia da dor do Alexandre Walter de Campos.
O especialista explica que sentir dor por mais de três dias sem melhora ou apresentando piora é sinal de atenção.
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– A lombalgia é a principal causa de incapacidade em pessoas de até 45 anos, a terceira causa mais comum de cirurgias e a quinta causa mais comum de internações. Em 40% dos casos, os pacientes sofrem de dor crônica, ou seja, com duração superior a três meses – revela.
Mesmo seguindo uma vida regrada, as dores nas costas podem acometer pessoas de todas as idades. A prática de atividades físicas, a alimentação equilibrada, o sono noturno de seis a oito horas e a atenção especial à postura enquanto se está em pé ou sentado são formas de prevenção da lombalgia.
– O importante é buscar sempre a orientação do médico especialista. A reabilitação é feita baseada em frequência e intensidade progressivas para melhorar o condicionamento muscular. Dessa forma haverá uma melhora na dor e o fortalecimento da região atingida. Nos casos mais graves, é recomendada a prática de Reeducação Postural Global (RPG) e até mesmo a realização de cirurgias – detalha Campos.
Entenda a lombalgia
O que é
Dor nas costas na região lombar da coluna vertebral, ou seja, na região mais baixa da coluna, perto da bacia. É também conhecida popularmente como “dor nas costas” ou “dor nos quartos”.
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Causas da lombalgia
As causas da lombalgia são inúmeras. Elas podem surgir pela prática abusiva e sem acompanhamento de exercícios físicos e pelo envelhecimento do corpo, já que os ossos e os músculos tendem a perder força com o avanço da idade, o que aumenta o risco de lesões. Além disso, o excesso de peso, pequenos traumas, condicionamento físico inadequado, erro postural, posição não ergonômica no trabalho também são fatores que podem colaborar para o surgimento da lombalgia.
Em outros casos, a lombalgia pode surgir devido a condições novas, como a gravidez e o estresse, ou ainda devido a outras doenças, como artrite, osteoartrose da coluna e osteofitose (bico de papagaio).
Tipos de lombalgia
Há dois tipos de lombalgia – a crônica e a aguda.
Lombalgia crônica: dor frequente na região lombar que muitas vezes tem início impreciso, com períodos de melhora e piora. Geralmente acontece entre os mais velhos. A dor não é tão intensa, porém é quase permanente.
Lombalgia aguda: dor forte que aparece subitamente depois de um esforço físico, geralmente brusco. Ocorre na população mais jovem.
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Como prevenir
– Evite ficar em uma mesma posição por longos períodos. Sempre que dirigir por longas horas, usar computador ao longo de todo o dia ou ainda ficar em pé por muito tempo, é importante fazer intervalos e alongar a coluna para minimizar a pressão e o esforço da região lombar.
– Pratique exercícios e alongamentos a partir de orientações de profissionais especializados. Eles ajudam a manter o condicionamento físico, importante para a saúde da coluna. Sem eles, trabalhos domésticos, aqueles que exigem esforços físicos ou até mesmo o futebol nos fins de semana podem piorar a situação, em caso de dores já existentes.
– Para os casos de dor em que não haja melhora imediata com repouso ou para os casos em que a dor esteja associada a outros sinais de alerta como emagrecimento, formigamentos, fraqueza nas pernas ou dor nesses membros, recomenda-se procurar um médico especializado.