Os veleiros da Volvo Ocean Race deixaram Itajaí ontem à tarde numa despedida marcada por muita festa e pouco vento.
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A suave brisa fez com que as velas tivessem dificuldade para cumprir o percurso pré-largada e a rota foi reduzida de última hora para as que os barcos pudessem, enfim, ganhar o oceano, liderados pelos norte-americanos da Alvimedica.
Uma partida morna para uma parada que a organização da prova classifica como histórica – tanto em terra, quanto no mar. Pouco antes dos velejadores deixarem o píer, 300 mil pessoas já haviam passado pela Vila da Regata. Mais até do que em 2012, quando a Itajaí Stopover atraiu público de 280 mil com dois dias a mais de evento. E a tendência é que a soma aumente, já que ainda não haviam sido contabilizadas as pessoas que assistiram à partida nos molhes de Navegantes e Itajaí, onde foi montada uma estrutura especial para a largada.
A multidão que acompanhou a despedida dos barcos foi brindada com um show de simpatia dos velejadores. Uma a uma, as equipes desfilaram pela Vila em direção aos barcos sob aplausos – e os atletas mais queridos do público foram chamados a se despedirem de Itajaí.
– Foi maravilhoso, um sonho. Estou triste em partir – disse André Fonseca, o Bochecha, único brasileiro a bordo da regata e alçado à celebridade em Itajaí.
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Foi seguido pelo comandante da Abu Dhabi, o medalhista olímpico Ian Walker, um dos mais experientes velejadores a bordo e o atual líder da regata:
– Há apenas uma palavra para Itajaí, e é obrigado – completou.
Os chineses da Dongfeng, sob o comando do francês Charles Caudrelier, lembraram do esforço local para que o mastro substituto da equipe chegasse a tempo de recomeçar a disputa. Levaram a bordo uma faixa de agradecimento especial à Codetran, a coordenadoria de trânsito da cidade.
Ao extremo
A parada, de fato, teve números impressionantes. Foi a primeira vez em 41 anos de regata que os quatro primeiros colocados tiveram um resultado tão apertado, e isso depois de enfrentarem a etapa mais difícil de toda a volta ao mundo, no extremo Sul das Américas.
Mesmo em condições tão extremas a equipe Abu Dhabi, vencedora da etapa, conseguiu bater no trajeto o recorde de velocidade constante desta edição. Depois de uma perna perigosa, a falta de ventos ontem é uma mostra do que espera os velejadores pelos próximos dias: temperatura agradável e vento ameno, trecho em que a técnica terá mais valor do que a força, como lembrou a velejadora holandesa Carolijn Brouwer, da SCA.
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O período de calmaria antecede um mar difícil na costa dos Estados Unidos, o que poderá trazer vantagem para os mais experientes. Com barcos iguais e as mesmas possibilidades para todas as equipes, a habilidade e o controle emocional numa regata em que um erro pode significar uma perda irreversível de posições serão o tempero até o trajeto final, de volta à Europa.