O temporal que atingiu os Emirados Árabes Unidos na última terça-feira (16) ainda prejudica as pessoas que precisam sair do país. Considerado o maior dos últimos 75 anos, ainda causaram cancelamentos na quinta-feira (18), no aeroporto internacional de Dubai. As informações são do g1.

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Nicolly Branco é brasileira e estudante de gestão de turismo. Ela tinha passagem de volta para o Brasil providenciada para a última terça, mas não conseguiu embarcar. Naquele dia, a cidade de Dubai superou as expectativas de chuva para o ano inteiro. A brasileira relata que conseguiu transferir o voo apenas para o dia 24 de abril, pois não há voos disponíveis antes desta data.

— A faculdade entra na semana de provas, e eu estou tentando contato com os professores. Fica bem complicado financeiramente também, porque o custo de vida aqui é muito alto — diz Nicolly ao g1.

O temporal alterou a rotina de quem vive no país.

— Os moradores ficam sem os filhos terem como ir pra escola, não tem como ir ao mercado, não tem como pedir nada em casa. As crianças estão sem estudar, pois as escolas ainda não voltaram a funcionar. Mudou completamente a rotina.

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Apenas uma morte foi confirmada em decorrência das chuvas nos Emirados Árabes Unidos.

Temporal sem previsão

Em menos de 2 dias, a cidade registrou 142 milímetros de chuva – volume que superou a expectativa para um ano inteiro, que era de 94,7 milímetros. Na quinta-feira (18), ainda era possível ver ruas alagadas.

Dubai viveu um “evento climático histórico” que ultrapassou “qualquer registro documentado desde o início da série histórica, em 1949”, de acordo com a agência de notícias estatal WAM.

O temporal também atingiu países vizinhos, como Bahrein, Omã, Catar e Arábia Saudita. Mesmo assim, os Emirados Árabes Unidos foram os mais atingidos.

Motivo

O motivo para o acontecimento do fenômeno ainda é desconhecido, mas, de acordo com a agência de notícias Associated Press, uma das razões pode ser uma “semeadura de nuvens” mal calculada.

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Segundo meteorologistas, ainda é cedo para determinar as causas do evento atípico. Ele condiz com as mudanças climáticas em decorrência do aquecimento global — e é improvável que uma ação humana pontual tenha desencadeado o fenômeno.

A “semeadura”, ou “cloud seeding”, em inglês, é uma intervenção humana que tem como finalidade provocar chuvas para aumentar a oferta de água na região desértica. Consiste em bombardear nuvens com produtos químicos específicos, como iodeto de prata ou gelo seco e o governo dos Emirados realiza voos para esse propósito regularmente.

O país utiliza a semeadura de nuvens para aumentar a frequência de água no subsolo, uma vez que dependem de usinas de dessalinização para obter água potável, que é um processo caro que consome muita energia.

O governo dos Emirados Árabes, no entanto, negou que o temporal tenha sido causado pela intervenção.

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