Nesta semana, o "AN" publica entrevistas com os prefeitos de cidades da região Norte, veiculadas no Jornal do Almoço, da NSC TV. A entrevista de hoje é com Antídio Lunelli (MDB), de Jaraguá do Sul. Confira:
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Qual é a prioridade nos próximos dois anos do mandato?
O primeiro ano do governo foi para organizarmos a casa e as contas, deixar tudo em dia. No segundo ano, começamos a apresentar algumas obras que estão em execução — algumas delas serão concluídas no andar deste ano. E, agora, priorizamos a educação e a tecnologia. Temos o centro de inovação que foi inaugurado no ano passado, temos 15 empresas que já estão instaladas lá para tentarmos mudar a matriz econômica do nosso município, uma vez que fomos muito afetados pela crise econômica do país. Tivemos percentuais muito grandes de perda do ICMS, então estamos fazendo um trabalho muito forte para a mudança da matriz econômica do nosso município. Também temos a duplicação da BR-280, uma vez que Jaraguá do Sul ficou ilhada, isolada, e precisamos recuperar essa questão.
No transporte coletivo, que passou por reajuste da tarifa recentemente, que ações a prefeitura pode tomar para o próximo reajuste não ser tão alto?
O nosso governo é mais técnico, uma vez que eu venho da iniciativa privada, e trabalhamos para levar gestão ao setor público. O que acontece é que, em administrações anteriores, a questão do transporte público vem sido colocada de lado, e tem números e contas apresentados e estamos discutindo isso. A prefeitura não tem como arcar com essa conta e hoje isso se encontra no Judiciário. Estamos fazendo todo o possível para resolver, uma vez que o nosso governo é voltado para resolvermos as questões durante o ano. Normalmente, no setor público, muito se empurra com a barriga. Estamos resolvendo todas as coisas, não deixamos nada na gaveta, inclusive pegamos questões e processos de 2002, e assim estamos fazendo. Gostaríamos de ter uma tarifa muito melhor, mas existe a questão de ser solicitada uma linha e às vezes para o transporte de um passageiro somente, sem dar a devida compensação monetária disso.
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A solução inclui uma nova licitação?
Certamente, e ela irá acontecer. Dependemos da decisão do Judiciário, porque ela (a licitação) sofreu algumas impugnações. Mas nós queremos resolver, queremos um transporte público com mais qualidade e com tarifa mais justa. Eu não estou aqui incriminado a empresa que faz o trabalho. É que nós temos que criar novos parâmetros e um contrato novo, e é isso que estamos trabalhando para fazer. Porque nunca se usou a questão de politicagem, e nós temos que resolver isso de forma técnica.
Na duplicação da BR-280, o que falta no trecho urbano?
Faltou um pouco de vontade política e de priorização. Uma vez que nossa região é onde temos o maior crescimento e implemento do PIB do Estado de Santa Catarina, e os governos anteriores não se preocuparam com esses corredores de escoação. Jaraguá do Sul e as cidades da região sofrem muito porque tem um corredor de escoamento aqui, mas faltou vontade política.
O que fazer para aumenta a receita de ICMS que, como o senhor comentou, caiu nos últimos anos?
Eu acredito muito, uma vez que estamos trabalhando para mudar a matriz econômica de Jaraguá do Sul. E estamos fazendo investimento maciço na educação, as nossa escolas são modelo, temos um padrão suíço no ensino fundamental. Mas, depois, quando o jovem chega no Ensino Médio, é uma aberração, um desastre o que acontece nas escolas. Temos que trabalhar muito mais para formar o nosso jovem para uma função técnica, que é algo que acontece muito nas escolas do Senai, por exemplo. E mudar a matriz econômica, a exemplo do que aconteceu em Blumenau, onde hoje os serviços representam muito mais do que a indústria.
Como o senhor vê o novo governo estadual e quais são as reivindicações de Jaraguá do Sul?
Acreditamos que será um bom governo. Santa Catarina é um Estado diferente, teve um crescimento na ordem de 13% no ano passado. Por causa disso, o novo governador cumprindo as despesas que são necessárias, acredito que ele fará um bom governo. Entendo que ele deverá ter olhos para essas questões como eu coloquei: da BR-280, da BR-470. Porque não adianta, como em outros governos, que você comece a fazer obras políticas, e começar a pingar obras pelo Estado inteiro. Mas, neste momento, precisamos ver onde estão os corredores de escoamento das nossas produções.
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