Em 2004, quando foi criado, era um simples site de relacionamento com informações básicas sobre um grupo de pessoas. Sete anos mais tarde, o Facebook virou um negócio bilionário, que agrega funcionalidades para virar uma espécie de rede paralela, usada por quase 800 milhões de internautas.

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Mark Zuckerberg, o criador da rede social, anunciou nesta quinta-feira as mudanças mais significativas no site desde 2008. Para os usuários, o consumo e o compartilhamento de serviços ficou mais fácil. É possível, por exemplo, ouvir músicas ou ver filmes com amigos, sem sair de casa. Em vez de ser um local apenas para repercutir, passa a ser um local para agir e consumir. É nesse aspecto que a rede social mais popular do mundo pode mexer com o mercado.

Para o consultor em mídias sociais Luciano Palma, a ampliação da proposta de facilitar o consumo de produtos sem que os usuários tenham que sair do site, incorporando à ferramenta um recurso que já havia sido descoberto pelas empresas, é uma mudança significativa que cria um novo modelo de negócio.

– Considerando as devidas promoções, é como a criação dos shopping centers. É um novo espaço onde as pessoas vão se encontrar para consumir serviços. Para as empresas é um ótimo negócio. Isso se os usuários embarcarem nessa novidade. O Facebook fez a sua parte, mas o sucesso dessa proposta depende do engajamento dos usuários.

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Na apresentação das novidades, Zuckerberg contou com a participação das empresas que já desenvolveram aplicativos voltados à rede social. A ideia é atrair mais negócios para ampliar o estoque de “social apps”, os aplicativos que incentivam a interatividade entre as pessoas.

Os casos mais aguardados foram exibidos por Zuckerberg: o compartilhamento de músicas pelo serviço americano Spotify – ainda não disponível no Brasil – e de vídeos pelo Netflix. Se um usuário está vendo um filme pelo serviço de streaming do Netflix, por exemplo, os amigos recebem uma notificação e podem assistir ao mesmo conteúdo.

As informações sobre o consumo de diversos tipos de serviços são armazenadas e ajudam a compor o perfil do usuário: uma espécie de ferramenta de pesquisa instantânea para as empresas de marketing que terão um panorama sobre quais produtos estão de fato sendo consumidos.

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– Na verdade, o Facebook está acompanhando um desejo que já era expresso pelos usuários e pelas empresas. Agora, criou um mecanismo para atender adequadamente o que as pessoas já estavam fazendo de forma informal dentro do site. A rede às vezes sofre um atraso até conseguir desenvolver a ferramenta que atenda um movimento do mercado – analisa a professora de publicidade da ESPM Paula Jung.