A amplitude térmica, que é a diferença entre a temperatura máxima e a mínima de um dia é uma das características do inverno no sul do Brasil. O resultado na maioria das vezes é de tardes quentes e noites frias. Na última semana, a variação foi de 30ºC a 3ºC. Cinco dias atrás, a máxima chegou a 33°C em cidades do Norte, Vale do Itajaí e Grande Florianópolis. Já nesta quarta-feira (14), os termômetros chegaram a marcar 4°C nessas mesmas regiões. A consequência deste sobe e desce das temperaturas é de consultórios médicos cheios.
Continua depois da publicidade
A médica otorrinolaringologista, Andréa Rodrigues, comenta que as mudanças já começam a ser notadas no outono, onde se iniciam as variações climáticas ao longo do dia e no inverno isso se acentua ainda mais. Segundo ela, a procura por atendimento, em decorrência de alterações das vias aéreas (nariz e garganta), chegam ao máximo nessa época do ano.
— As pessoas nos procuram porque já não dormem bem, não estão sendo produtivas ou não conseguem ir trabalhar, o lazer fica comprometido, enfim , qualidade de vida despenca. — diz Rodrigues
São doenças como gripe, resfriado, rinites, sinusites, faringite e ainda as otites, e também as que acometem os pulmões como asma e bronquite. A otorrinolaringologista ressalta que a maioria delas ocorre exatamente por alterações do nosso organismo em consequência de mudanças bruscas na temperatura.
— Como são áreas do corpo muito próximas e interligadas não é incomum as pessoas, e principalmente as crianças, serem acometidas por mais de uma delas ao mesmo tempo, deixando o quadro mais incômodo ainda e potencialmente mais grave — comenta Andréa
Entre a as doenças que são mais comuns nesta época está a rinofaringite, uma inflamação que ocorre no nariz e na garganta e tem sintomas semelhantes ao resfriado, como obstrução do nariz, coriza, espirros e dor de garganta. A médica explica que também pode se apresentar ainda com tosse, febre, dor no corpo e pressão nos ouvidos.
Continua depois da publicidade
— A principal causa é viral, mas pode se iniciar por alterações alérgicas, reação por choque térmico, a exemplo do que ocorre com as bruscas variações climáticas, ou até bacteriano, nesse caso geralmente por evolução da inflamação anterior. — explica a profissional da saúde
Já o tratamento vai variar de acordo com a causa. A otorrinolaringologista fala que normalmente são usados medicamentos sintomáticos, ou seja, aqueles que irão agir na melhora dos sintomas, aí entram analgésicos e antitérmicos, anti-inflamatórios, xaropes para evitar a tosse e em alguns casos específicos, pode ser necessário o uso de antibióticos.
— Juntos dos remédios, os cuidados gerais também são de extrema importância para a melhora e principalmente para evitar o agravamento dos sintomas. Orienta-se repouso, hidratação, dieta mais branda e saudável, higiene nasal, além de manter o ambiente limpo e,se possível umidificado — recomenda a médica
Dores de ouvido são mais frequentes
O ouvido também pode ser uma fonte de incômodo, a especialista fala que isso pode acontecer por reação da pele do ouvido ou contração da musculatura e tecidos que envolvem o canal, causando dor.
Continua depois da publicidade
— Com as variações climáticas, a inflamação das vias aéreas(nariz e garganta) pode se estender aos ouvidos e causar as otites, que nestes caso é mais comum a infecção do chamado ouvido médio (atrás da membrana timpânica) causando muita dor — comenta a médica
Entretanto, Andréa esclarece que em casos de dor somente quando em contato com vento, água ou ar frio o quadro é outro, pois não se trata, necessariamente de inflamação, mas sim de uma maior sensibilidade ao ar frio. Nestes casos recomenda evitar alguns hábitos como fazer limpeza excessiva dos ouvidos, pois a cera é uma proteção Natural e sair ou dormir de cabelo molhado. Além disso, orienta-se a usar gorros, secar bem as orelhas após o banho.
10 Medidas para passar o inverno saudável
A médica ressalta que a prevenção ainda é o melhor remédio e já pode se iniciar antes mesmo do início da instabilidade climática, ela pontua 10 medidas que preparam e fortalecem o corpo para se proteger nos período mais críticos do ano. São elas:
1- Procurar não se expor ao frio e vento
2- Se manter agasalhado
3- Evitar contato direto com pessoas com infecções respiratórias
4- Não permanecer por muito tempo em ambientes fechados e aglomerados
5- Manter uma alimentação saudável
6- Hidratação
7- Prática de atividade física
8- Boas noites de sono
9- Fazer higienização nasal e das mãos frequentemente
10- Manter as vacinas atualizadas