Quem precisou viajar de avião ontem reviveu cenas do apagão aéreo de 2006, com filas nos aeroportos e gente esperando por horas para conseguir embarcar. Houve atraso em 26% dos voos domésticos no país e cancelamento em 5,9%. A principal protagonista foi a Gol, que até as 23h havia registrado 430 atrasos, 52,6% do total de seus voos domésticos e 70% do total de voos atrasados no país. No Salgado Filho, entre todas as companhias, 22 atrasaram e cinco foram cancelados.
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Segundo a Gol, os atrasos ocorreram porque coincidiram o aumento do movimento ocasionado pelo fim das férias escolares, o limite de horas de jornada de trabalho de algumas tripulações e a implementação de um novo sistema de escalas de pilotos e comissários. Para melhorar a situação dos aeroportos hoje, a Gol informou que convocou equipes de tripulantes e monitoramento em terra.
O problema começou, conforme a Gol, sexta-feira à noite, quando o movimento era intenso e alguns voos que deveriam decolar de Congonhas (SP) precisaram ser remanejados para Guarulhos em razão do horário de fechamento do terminal, às 23h. Com isso, os atrasos acumularam-se e provocaram excesso nas horas de trabalho da tripulação e as aeronaves não puderam decolar. A nota da Gol também afirma que os problemas coincidiram com a implementação de um novo programa de escalas.
Funcionários da Gol farão paralisação dia 13, diz sindicato
Rumores que circularam nos aeroportos e na internet davam conta de uma insatisfação dos pilotos e comissários com jornada e salários. A colunista Sônia Racy, do jornal O Estado de S. Paulo, citou a possibilidade de greve branca como uma das explicações para os atrasos. O presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Gelson Fochesato, negou que exista greve branca. Nota divulgada no site do Sindicato Nacional dos Aeroviários – que integra os profissionais em terra -, informa, porém, que a entidade apoia uma paralisação dos funcionários da Gol que estaria marcada para 13 de agosto.
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Direitos dos passageiros |
EM ATRASOS |
A empresa deve oferecer aos clientes: |
– A partir de uma hora: facilidades de comunicação (internet ou telefonemas) |
– Duas horas: alimentação adequada e proporcional ao tempo de espera até o embarque |
– Quatro horas: acomodação em local adequado (espaço interno do aeroporto ou ambiente externo que possibilite aos passageiros condições satisfatórias para aguardar pela reacomodação) ou hospedagem (quando necessária) e transporte do aeroporto ao local de acomodação. |
– Se o atraso de mais de quatro horas ocorrer em aeroporto de escala ou de conexão, a empresa também deverá oferecer as opções de receber o reembolso integral e retornar ao aeroporto de origem |
CANCELAMENTOS |
– Reacomodação em outro voo da mesma empresa, na primeira oportunidade, sujeita à disponibilidade de lugares |
– Reacomodação em voo de outra empresa para igual destino, sujeito à disponibilidade |
– Remarcação do voo para data e horário de sua conveniência |
– Reembolso integral, incluindo a tarifa de embarque |
ONDE RECLAMAR |
– Em casos de problemas, a recomendação da Anac é que o passageiro busque seus direitos na própria companhia. |
– É sugerido também protocolar reclamação na ouvidoria da agência. |
– Ainda pode recorrer à Justiça ou a órgãos de defesa do consumidor. |
– O passageiro pode ainda recorrer aos juizados especiais, nos aeroportos de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Lá é feita uma tentativa de conciliação entre cliente e empresa. Caso não seja possível, um processo é aberto. |
O passageiro que não for atendido pela empresa pode registrar sua queixa pelo número 0800-725-4445 ou pela internet, no site www.anac.gov.br/faleanac. |
Passageiros têm direito de exigir declaração escrita da empresa com explicações sobre o atraso. Segundo a Anac, o documento pode ser útil para reivindicar direitos. |
Fonte: Fonte: Anac |