A geração de energia hidrelétrica cairá 25% na América Latina para 2040 como consequência das mudanças climáticas, apesar da demanda energética duplicar, advertiu nesta quarta-feira (18), no Panamá, um especialista da ONU.
Continua depois da publicidade
“Com os cenários de mudança climática haverá menos chuva e, portanto, menos correnteza nos rios, menos água nos pântanos e menos geração hidrelétrica”, disse à AFP Gustavo Mañez, coordenador de Mudança Climática para a América Latina e o Caribe da ONU Meio Ambiente.
“Estamos falando de uma perda de 25% de toda a geração hidrelétrica daqui até 2040”, acrescentou Mañez durante uma oficina da qual participa o Banco Centro-americano de Integração Econômica (BCIE).
Na atividade, que será realizada até quinta-feira, representantes centro-americanos apresentam para a ONU e o BCIE suas principais necessidades de financiamento para projetos que permitam enfrentar a mudança climática.
Continua depois da publicidade
Para Mañez, o cenário é “catastrófico” já que 60% da energia na América Latina provém de hidrelétricas e para 2030 espera-se que a demanda de energia elétrica regional duplique.
Por isso, disse, se o modelo de produção de energia não for alterado “iremos ver mais apagões e falhas de fornecimento”.
Cerca de 30 milhões de pessoas sofrem com a falta de fornecimento de energia elétrica na América Latina e no Caribe, principalmente por falta de infraestrutura, segundo a Organização Latino-Americana de Energia (Olade).
Continua depois da publicidade
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) observou que 75% das pessoas sem energia estão concentradas em Haiti, Peru, Argentina, Brasil, Colômbia e Guatemala.
Mañez manifestou que a região precisa de maior eficiência energética para reduzir o consumo e apostar em fontes energéticas renováveis não convencionais, como solar, eólica e geotérmica.
O acesso a energias renováveis é cada vez mais barato na região, o que permitiu maiores investimentos do setor privado nestes campos.
Continua depois da publicidade
* AFP