O mundo precisaria gastar por ano o equivalente a nove ou dez vezes o orçamento que Pequim dispôs para realizar os Jogos Olímpicos para salvar o planeta dos impactos das mudanças climáticas. Em estudo publicado neste final de semana, cientistas de todo o mundo alertam que o custo estimado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para amenizar o impacto das alterações está subestimado e que o montante necessário é bem maior, chegando a cerca de US$ 400 bilhões a US$ 500 bilhões.
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Os dados são do Instituto Internacional para Ambiente e Desenvolvimento e do Imperial College de Londres. O trabalho foi divulgado às vésperas da Conferência Mundial do Clima, que será aberta hoje em Genebra, na Suíça.
Para os cientistas, as negociações para o acordo climático que deve ser concluído no final do ano em Copenhague precisam ser focadas em como garantir que esses recursos sejam disponibilizados aos países mais pobres. O risco é que, se o custo total for subestimado nas negociações, o resultado do acordo pode ser insuficiente para lidar com os problemas na próxima década. A estimativa é de que o custo seja duas a três vezes superior ao que previa a ONU como gastos máximos por ano.
– A questão financeira é central para as negociações em Copenhague. Mas se os governos estão trabalhando com números errados, poderemos ter um acordo falso, que não irá resolver os problemas – disse Camilla Toulmin, diretora do instituto que publicou o relatório.
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