Antes, o trecho da BR-470 em Navegantes era o que mais matava no Vale do Itajaí. Agora, o número de acidentes com vítimas fatais é maior no ponto entre Blumenau e Indaial. A mudança, percebida ao analisar dados dos últimos dois anos, tem uma explicação que envolve três fatores para a Polícia Rodoviária Federal: duplicação, obras e pandemia.
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Durante uma década, como mostrou o especial “Os dois lados da BR-470”, os primeiros 10 quilômetros da rodovia, em Navegantes, foram os que concentraram a maior quantidade de acidentes com mortes. Porém, desde 2020, pontos entre os Kms 50 a 70 têm números mais expressivos.
A mudança coincide com novidades importantes no trânsito nesse mesmo período: entre 2020 e 2021 foram entregues quase sete quilômetros de duplicação no primeiro trecho da rodovia, enquanto no agora campeão de mortes há apenas um quilômetro duplicado, no Km 51.
Para o chefe de comunicação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Adriano Fiamoncini, isso explica muita coisa:
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— A duplicação salva vidas. A principal causa das mortes são as colisões frontais, com a duplicação esse tipo de acidente diminui — constata o policial.
Os dados foram disponibilizados pela PRF a pedido do Santa. Eles mostram que a quantidade de acidentes vem diminuindo desde 2019 nos 10 primeiros quilômetros da BR-470. No ano que antecedeu a pandemia do coronavírus, foram 138 ocorrências atendidas pela PRF. Em 2020, 96. No ano seguinte, 101. Já 2022 terminou com 98 colisões.
Fiamoncini ressalta que é importante considerar a pandemia, já que em 2020, com restrições no comércio e transporte, houve uma diminuição no vaivém nas estradas, o que impactou, obviamente, na quantidade de acidentes. Ainda assim, no ano passado, conhecido pela volta total da normalidade em eventos e outras áreas, os números continuaram em queda.
A colisão frontal, que é o tipo que mais mata, também ficou menos frequente neste trecho. Em 2019, por exemplo, foram cinco batidas de frente que resultaram em óbitos. Em 2020, duas. Nos dois anos seguintes, uma.
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Além da duplicação, que evita ultrapassagens, já que as pistas simples deixam de existir, as obras para a transformação da rodovia também contribuem para a queda nos acidentes, avalia ainda Fiamoncini. Com máquinas e homens trabalhando, o trânsito naturalmente fica mais lento.
Com os dados positivos em Navegantes, sobrou para Blumenau e Indaial o peso do maior volume de mortes na BR-470. Em 2020, o trecho entre os Kms 50 e 60, registrou seis mortes em colisões. Nos dois anos seguintes, o intervalo entre os Kms 60 e 70 foi o mais perigoso, com sete e cinco mortes, respectivamente. As colisões frontais foram responsáveis por 81% dos casos.
*Os dados disponibilizados pela PRF consideram apenas mortes no local do acidente. Ou seja, não entram na estatística aqueles que faleceram nos hospitais.
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