O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta terça-feira (15) o decreto que flexibiliza a posse de armas no país. Na avaliação do secretário de Segurança Pública de Santa Catarina, coronel Araújo Gomes, as novas regras estabelecem critérios objetivos.

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– A legislação até então era mais subjetiva, essa mudança dá mais transparência ao ato de concessão e nós achamos que isso é positivo — disse o coronel.

Além disso, Araújo Gomes considera uma inovação o critério que permite a posse a residentes em unidades da federação que tiveram mais de dez homicídios por cem mil habitantes no ano de 2016, conforme os dados do Atlas da Violência 2018 – na prática, são todos os Estados brasileiros.

O secretário entende que a posse de arma é o exercício de um direito, desde que as regras sejam fiscalizadas e cumpridas, e que os cidadãos sejam instruídos sobre as responsabilidades de ter arma em casa.

No entanto, um ponto preocupa o coronel: que as armas legais caiam nas mãos de criminosos. Com mais armas legais circulando, aumentam as possibilidades de furtos, roubos ou por comércio ilegal.

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Para evitar isso, reforça Araújo Gomes, será preciso o controle dos critérios de concessão, responsabilidade de quem comprar armas e trabalho da Segurança Pública na educação e fiscalização.

Sobre um possível aumento no número de mortes por arma de fogo, o coronel defende que não há um consenso científico e observa outras questões que considera mais importantes.

— Há estudos que indicam que mais armas trazem mais crimes, e há estudos que dizem que mais armas é igual a menos crimes. Não há um consenso. Tudo indica que a cultura de paz, o controle social e outros fatores tenham mais influência sobre a criminalidade que a disponibilidade de armas — ressalta.

O secretário aponta números dos primeiros 14 dias de 2019, que reconhece não representarem uma série histórica: 43% dos homicídios em Santa Catarina foram com armas de fogo, 40% com armas brancas, 10% com instrumentos contundentes e 3% por estrangulamento. E conclui que "mais da metade dos homicídios não precisaram de uma arma de fogo".

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