Em 2024, o número de notificações de dengue aumentou muito antes do período usual na maioria das localidades do país, com exceção da região Nordeste, onde a antecipação na subida de casos não ocorreu. De acordo com Leonardo Bastos, pesquisador da Fiocruz e coordenador do InfoDengue, a principal hipótese para o aumento antecipado desses números é a chegada do fenômeno El Niño, que trouxe mudanças no padrão de chuva e temperatura durante a primavera, gerando condições favoráveis para os mosquitos.

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Vale destacar que, em 2012, por exemplo, o Estado tinha apenas um caso autóctone (de contaminação em Santa Catarina) de dengue. Ou seja, até então, os casos de contaminação vinham de fora. Uma década depois, no entanto, com mais de 80 mil casos, o Estado já fechou 2022 em contexto epidêmico da doença.

Infográfico mostra o ciclo de vida do Aedes aegypti, mosquito da dengue, chikungunya e zika

Bastos reforça que há uma clara expansão da doença no Sul do país, levando municípios sem histórico de casos a apresentarem dados alarmantes nos últimos três anos. Para ele, além da hipótese de mudança climática, que trouxe condições favoráveis ao aedes aegypti, há também a possibilidade de que os mosquitos tenham se adaptado ao clima da região.

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– Santa Catarina é um estado bem interessante, pois o Litoral e a região Oeste têm um elevado número de casos, já na região central a atividade é bem baixa. O clima é mais frio, e o mosquito certamente não se adaptou – aponta.

Formas de evitar a proliferação do Aedes aegypti

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