O ministro da Defesa, José Múcio, oficializou, na noite deste sábado (21), em uma fala de 1 minuto, a troca no comando do Exército, após a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de demitir do posto de comandante do Exército, o general Júlio Cesar de Arruda.

Continua depois da publicidade

Receba notícias de Santa Catarina pelo WhatsApp

Comandante do Exército é demitido por Lula

Afirmando ter havido uma “fratura” na relação de confiança com a Força, Múcio disse que a decisão pela troca teve o objetivo de estancar o problema “logo no início”.

“Evidentemente que com esses últimos episódios, a questão dos acampamentos, a questão do [ataque] dia 8 de janeiro, as relações no comando do Exército sofreram uma fratura no nível de confiança. Achávamos que podíamos estancar isso logo no início”, disse Múcio no breve discurso ao lado do novo comandante, que não se pronunciou.

Continua depois da publicidade

Foi escolhido para o posto do atual comandante militar do Sudeste (responsável por São Paulo), general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva. No começo da noite deste sábado, Lula publicou uma foto no Twitter em que cumprimenta o novo comandante do Exército.

O presidente escreveu: “Hoje, junto com o ministro da Defesa, José Múcio, conversei com o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, o novo comandante do Exército. Desejo um bom trabalho ao general.”

Lula cumprimenta o novo comandante do Exército, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva (Foto: Ricardo Stuckert/ Palácio do Planalto)

A troca no Exército, a principal das três Forças Armadas, ocorreu em meio a uma crise de confiança aberta após os ataques do dia 8 de janeiro, em Brasília. Arruda tinha sido nomeado para o comando da Força em 28 de dezembro, antes da posse de Lula como presidente. Ele havia sido escolhido por critério de antiguidade pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro.

Segundo auxiliares do presidente, a decisão foi tomada porque Arruda não demonstrou disposição de tomar providências imediatas para reduzir as desconfianças de Lula em relação a militares do Exército após a invasão do Palácio do Planalto e das sedes do STF (Supremo Tribunal Federal) e do Congresso. Arruda relutou em expôr o Comando Militar do Planalto, que no mínimo falhou no dia 8.

Continua depois da publicidade

Arruda convocou reunião na manhã deste sábado (21) com o Alto Comando da Força para confirmar ao generalato a decisão de Lula. Três generais que participaram da reunião virtual afirmaram à Folha que Arruda não deixou claro qual teria sido a principal motivação para sua demissão.

Ele disse, segundo os relatos, que, na sexta-feira (20), passou horas junto com Lula em reunião que foi considerada produtiva sobre investimentos em projetos estratégicos na área da defesa.

*Por Marcelo Rocha e Ranier Bragon

Leia também

Quem é o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, novo comandante do Exército