José Ricardo Mesquita é casca grossa. Aliás, para lutar Muay Thai profissional, o sujeito tem que levar muito a sério o condicionamento físico e psicológico. E o lutador catarinense, nascido em Passo de Torres e com academia em Florianópolis, leva tão à risca a preparação, que acumulou títulos e a indicação para representar o Brasil no Mundial da modalidade.
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A luta de Mesquita não é só dentro do ringue. Além de uma rotina exaustiva de treinos, ele também tem que correr contra o relógio para conseguir fundos para uma viagem que é cara.
Sem ajuda do poder público e num ano em que empresas estão evitando qualquer investimento, não está fácil garantir o dinheiro necessário para uma viagem à distante Tailândia. Mas o atleta está determinado:
– Espero conseguir apoio, temos uma federação nova, ainda não pode arcar com os custos, mas vou lutar de qualquer jeito e ir para este desafio – avisa.
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Lá, num país onde a modalidade é tão popular quanto o futebol no Brasil, Mesquita vai encarar os melhores lutadores do mundo, incluindo as associações de Kru Muaythai Association e a World Muaythai Organization.
– É um esporte que está crescendo muito no Brasil, temos ótimos lutadores e muita competitividade por aqui e consegui conquistas importantes, incluindo o título do Campeonato Brasileiro, que foi disputado em Lages.
O evento ocorre de 12 a 22 deste mês. Desde já, Mesquita cuida da logística e pensa sua estratégia, uma vez que, pelas regras do Mundial, há pesagem todos os dias e ele terá que disputar a categoria até 85 kg:
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– Estou treinando muito, três vezes por dia, e não vou para participar, estou indo para buscar o título. Vou ter que encarar os holandeses, russos e franceses, e talvez algum tailandês, que são os atletas mais fortes na categoria meio-pesado. Eu até havia pensado em lutar uma categoria abaixo, mas exigiria uma perda de peso muito grande e o torneio faz pesagem diária para controle médico mais responsável, visando a preservação do atleta, o que é correto. Então, optei pelo meio-pesado – revela Mesquita.