MST faz protesto em Rio Negrinho

Cerca de 60 trabalhadores ligados ao Movimento dos Sem-Terra (MST) foram às ruas nesta quarta-feira, em Rio Negrinho, no Planalto Norte. Com faixas e bandeiras, fizeram protesto pacífico em frente às agências do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.

A mobilização faz parte da Jornada Nacional de Lutas do MST, em homenagem a 19 integrantes do movimento que foram mortos em um confronto com a Polícia Militar no dia 17 de abril de 1996, em Eldorado do Carajás, no Pará.

Segundo Lucindo Ravanello, coordenador estadual do MST, objetivo do ato em frente ao Banco do Brasil é reivindicar junto ao governo federal a renegociação da dívida dos trabalhadores sem-terra, que em Santa Catarina, chega a 70% de inadimplência.

De acordo com o coordenador, linhas de financiamento como o Pronaf são inviáveis para os assentados devido à falta de recursos próprios para compor o investimento nas áreas. Além da renegociação das dívidas, os manifestantes pedem a criação de novas linhas de crédito estruturante, com juros mais baixos e prazos mais esticados para o pagamento.

Já em frente à Caixa Econômica, os manifestantes pedem agilidade nos créditos habitacionais. Segundo Ravanello, acordo entre MST e o Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra) garantiu a liberação de recursos para a construção de 100 mil casas em todo o Brasil, sendo que 2,5 mil delas em Santa Catarina. Desse total, em solo catarinense, apenas 10% foram liberados.

Nos próximos dias representantes do Incra retornam a Rio Negrinho com os contratos para o assentamento de aproximadamente uma centena de famílias que reside no acampamento na Fazenda Heise, no interior.

A área já foi negociada com a União e será dividida em lotes para a reforma agrária. De acordo com Ravanello, a previsão é que os contratos sejam assinados em 30 dias.

Ainda no Planalto Norte, outro ponto de concentração foi no trevo de acesso a Irineópolis, na BR-280. Cerca de 230 pessoas, com faixas e cartazes, ficaram durante todo o dia nas margens da rodovia.

Segundo a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), o trânsito fluiu sem problemas durante o protesto e não houve incidentes.

No Oeste, também estão ocorrendo protestos.