A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) denunciou nesta quinta-feira como “uma violação das leis humanitárias” dos ataques aéreos contra a sua clínica móvel no sudoeste do Iêmen, atribuídos à coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita e criticados pela ONU.

Continua depois da publicidade

MSF diz que nove pessoas, incluindo dois de seus funcionários, ficaram feridos no ataque que atingiu uma clínica formada por tendas no final da manhã de quarta-feira no bairro de Al-Houban em Taez.

Taez é a capital da província de mesmo nome palco de intensos combates entre os rebeldes xiitas huthis e forças legalistas, apoiados desde março pela coalizão árabe.

Depois dos ataques aéreos contra um parque nas proximidades, a equipe de MSF “evacuou imediatamente a clínica e informou a coalizão que seus aviões conduziram um ataque nas proximidades. A clínica foi então atacada”, acrescenta o comunicado.

Ainda assim, “a coalizão foi informada da localização precisa e das atividades realizadas pela MSF em Al-Houban”, declarou o chefe da missão da MSF no Iêmen, Jérôme Alin.

Continua depois da publicidade

“É impossível que a coalizão ignorasse a presença de MSF na área”, onde a organização humanitária opera há dois meses, acrescentou.

“O bombardeio de civis e hospitais é uma violação do direito internacional humanitário”, denunciou, acrescentando que “os civis que procuram cuidados de saúde e instalações médicas devem ser poupados”.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, condenou os ataques contra a clínica da MSF e exigiu “uma investigação imparcial, eficaz e rápida sobre este incidente”.

Ban já havia condenado um incidente semelhante ocorrido no Iêmen, em 27 de outubro, quando um hospital de MSF foi bombardeado na província de Saada, reduto dos rebeldes huthis no norte do Iêmen.

Continua depois da publicidade

* AFP