O Ministério Público Federal (MPF) afirmou que o coronel aposentado da Polícia Militar (PM) João Batista Lima Filho, o coronel Lima, ajudava o presidente Michel Temer na arrecadação de propina dentro do chamado “quadrilhão do PMDB”. A informação foi divulgada nesta terça-feira (10) pelo blog da jornalista Andréia Sadi, do G1, que teve acesso ao documento.
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Segundo a publicação, o MPF destaca, ainda, que Lima Filho faz a gestão do recebimento de recursos e doações de campanha para Temer há décadas.
O MPF usa depoimentos de Ricardo Saud, ex-diretor da JBS, e do doleiro Lucio Funaro, apontado como operador de políticos do PMDB, sobre o coronel aposentado. Documentos relacionados a Temer encontrados na Argeplan, empresa de Lima, também são citados na peça acusatória. A reportagem tenta contato com Lima e com o Palácio do Planalto, mas ainda não obteve retorno.
A Justiça Federal em Brasília aceitou, na segunda-feira (9), denúncia contra o coronel e José Yunes, ambos amigos próximos ao presidente da República. Com isso, os dois passam a ser réus no processo que investiga irregularidades de integrantes do PMDB dentro de órgãos públicos em troca de vantagens indevidas.
A denúncia foi apresentada pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em setembro de 2017, contra Temer e seus principais aliados. Após a Câmara barrar a abertura de uma ação penal contra o presidente, o caso foi desmembrado e a investigação envolvendo pessoas sem foro privilegiado foi encaminhada para a 10.ª Vara Federal em Brasília. Com a criação de mais uma vara especializada em crimes financeiros na capital federal, a 12.ª, o caso foi redistribuído para o juiz Marcus Vinicius Bastos.
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