A Construtora Odebrecht é acusada pelo Ministério Público Federal (MPF) de utilizar contas bancárias em paraísos fiscais no Exterior para pagar aproximadamente US$ 4,8 milhões em propinas, segundo reportagem do jornal O Globo. A informação sobre o montante, que seria distribuído a três ex-diretores da Petrobras entre 2007 e 2010, teria sido descoberta por meio de documentos fornecidos pelo delator Rafael Ângulo, que trabalhava para o doleiro Alberto Youssef – ambos foram presos pela Operação Lava-Jato.

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O jornal aponta que teriam sido beneficiados pelos pagamentos, de acordo com a investigação, o ex-diretor de Serviços da estatal, Renato Duque, o ex-diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, e o ex-gerente Pedro Barusco. Em documento protocolado na Justiça Federal nesta quinta-feira, o MPF não relacionaria os pagamentos a contratos mantidos entre Petrobras e Odebrecht.

De acordo com o Blog Fausto Macedo, do Estadão, a força-tarefa da Lava-Jato ainda apresentou à Justiça Federal, nesta quinta-feira, documentos que, segundo os procuradores da República que investigam o esquema de corrupção na Petrobras, reforçam a necessidade de manutenção da prisão preventiva do empresário Marcelo Bahia Odebrecht, presidente da empreiteira, e do ex-vice-presidente institucional da petroquímica Braskem, Alexandrino Alencar.

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Segundo os procuradores, esses documentos indicam a existência de três empresas offshores que teriam sido usadas fora do Brasil para pagamentos de propina: a Intercorp Logistic Ltda, Trident Intertrading LTD e Klienfeld Serviçes Ltda. As empresas seriam empregadas por Alexandrino, seguindo as determinações de Marcelo Odebrecht, para efetuar pagamentos nas contas indicadas por Youssef.

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A reportagem dá o contraponto de empresas envolvidas. A Odebrecht nega “acusações caluniosas feitas por réu confesso” e nega “ter feito qualquer pagamento ou depósito em suposta conta de qualquer executivo ou ex-executivo da Petrobras.” A Braskem afirma que “os documentos apresentados no termo de declarações nº 7 de Rafael Ângulo Lopez – trazidos a público pela imprensa – não correspondem a transferências financeiras da Braskem” e a empresa “não tem conhecimento de reuniões em seu escritório para pagamentos desta natureza”.

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