O Ministério Público venezuelano pediu nesta segunda-feira aos Estados Unidos informação sobre os sobrinhos da primeira-dama venezuelana, Cilia Flores, condenados por conspiração para traficar cocaína, o que aumenta a tensão entre a procuradora-geral, Luisa Ortega, e o presidente Nicolás Maduro.

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O MP anunciou no Twitter que “ratificou a solicitação da carta rogatória aos EUA para obter informação sobre o caso de Efraín Campos Flores e Franqui Flores”, sobrinhos de Cilia Flores, esposa de Nicolás Maduro.

“Os primos Flores foram detidos” em 10 de novembro de 2015 “no Haiti por envolvimento com o tráfico de drogas para os EUA”, lembrou a instituição. Após a detenção pela DEA (agência antidrogas americana), os dois foram levados a Nova York, onde permanecem presos.

Em novembro do ano passado, um juri os declarou culpados por planejar um voo que transportaria 800 kg de cocaína da Venezuela para Honduras, tendo os Estados Unidos como destino final, em troca de 20 milhões de dólares. Eles aguardam as sentenças.

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As penas, que podem ir de 10 anos de cadeia à prisão perpétua, deveriam ser fixadas pelo juiz Paul Crotty nos dias 26 e 27 de junho, mas os acusados pediram mais tempo na corte federal de Nova York que conduz o processo. Crotty as adiou para setembro.

As investigações do MP venezuelano pelos Flores continuam elevando a temperatura entre Ortega e Maduro. A procuradora chavista abriu fissuras no governo com críticas a Maduro e sua convocação a uma Assembleia Constituinte.

Ortega foi citada para depôr nesta terça-feira no Supremo Tribunal de Justiça (TSJ) – acusado pela oposição de servir a Maduro – com a possibilidade de enfrentar um julgamento que pode resultar na sua destituição.

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* AFP