A Corregedoria-Geral do Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) vai avaliar a conduta de um promotor catarinense que foi gravado fazendo um comentário sobre violência doméstica. O vídeo foi feito durante o intervalo de uma aula do doutorado em Direito do Centro Universitário Unifacvest, de Lages, no último sábado (29).

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No vídeo, o promotor Jonnathan Kuhnen ri depois de comentar que “a mulherada tá apanhando pra c*”, durante a pandemia. Ele complementa dizendo “é ruim, eu fico triste”, e que “qualquer coisinha é um motivo”. Na sequência, Kuhnen diz que “não justifica, mas o cara bota um negócio aqui, a mulher diz ‘não, bota a almofada ali’, isso aí já é motivo”, e a fala gera mais risadas na transmissão online.

Kuhnen e os outros homens que aparecem na gravação são alunos do curso de doutorado, e a conversa teria ocorrido durante o intervalo da aula. Em entrevista ao Diário Catarinense, o promotor que atua na Vara Criminal de São José, na Grande Florianópolis, disse que se tratava de uma conversa informal:

— Era uma conversa informal, entre outras coisas citamos isso da violência doméstica. Nós deixamos claro, eu deixo claro que ficava triste com a situação, até porque envolvia o assunto em relação à pandemia, sabemos que estão todos enclausurados e qualquer motivo é motivo para discussão, não que a gente ache que isso é correto. Em momento algum defendi as agressões.

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Kuhnen diz também que pretende tomar medidas na Justiça contra quem gravou e compartilhou o vídeo, e que acredita que se trata de uma “perseguição” por causa de opiniões diferentes sobre outros assuntos.

— [O vídeo] Não representa a minha opinião. Entendo que possa ter ofendido as mulheres ou as pessoas que fizeram esse vídeo e publicaram. Eu respeito a opinião, mas em nenhum momento eu incentivo tal situação. Me desculpo por qualquer eventualidade, foi num momento informal e não houve de nenhuma forma a intenção de menosprezar ou desrespeitar alguém – disse o promotor.

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