O Ministério Público tem até a sexta-feira da semana que vem para ouvir os dezesseis presos na Operação Leite Adulterado III, realizada na última segunda-feira em seis municípios catarinenses e um do Rio Grande do Sul. Os depoimentos começaram ainda na segunda-feira.
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::: Leite era adulterado com soda cáustica, citrato de sódio e água
– Fomos até as 23 horas – informou o promotor de Justiça Fabiano Baldissareli, coordenador regional do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que reúne Ministério Público, Polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal e Secretaria do Estado da Fazenda.
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– Temos 10 dias para tomar os depoimentos – informou o promotor.
No total, devem ser ouvidas 30 pessoas, incluído testemunhas ou possíveis informantes da suspeita de adulteração, que consistiria em colocar produtos químicos, como soda cáustica, para aumentar a vida útil do leite. Essa fraude ocorreria com transportadores e laticínios. Há suspeita também que produtores adicionavam água para aumentar o volume da produção.
Os presos são das cidades catarinenses de Quilombo, Cordilheira Alta, São Berardino, Coronel Freitas, Novo Horizonte, Santa Terezinha do Progresso, Formosa do Sul e da cidade gaúcha de Iraí.
A assessoria de Comunicação do Ministério Público informou que os nomes das empresas não estão sendo divulgadas pois isso deve ocorrer só depois da provável denúncia.
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Mesmo assim um dos nomes acabou vindo à tona que é a Cordilat, pois um de seus proprietários, Daniel Tozzo, suplente de deputado estadual, acabou preso.
De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) de Chapecó (SC), o leite foi distribuído em Santa Catarina, e encaminhado para as indústrias do Paraná e de São Paulo. Ainda não há como precisar a quantidade de produtos adicionados, nem quantos lotes foram adulterados e o Ministério da Agricultura trabalha na inspeção dos locais investigados para fazer o recall necessário.
CONTRAPONTO
O advogado do empresário Daniel Tozzo, Robson Fernando dos Santos, não quis comentar a prisão.
– Não tenho hábito de trazer detalhes dos meus clientes – afirmou.
O advogado justificou que o processo ainda está em fase de investigação, numa fase pré-processual.
– O que posso adiantar é que não há nada comprovado – disse.
Sobre a entrada de um pedido de liberdade do cliente ele afirmou que as medidas estão sendo tomadas.