Indícios de irregularidades em compras de cascalho são alvo de uma ação de improbidade administrativa do Ministério Público (MP) de Joaçaba, no Meio-Oeste catarinense. O documento pede a anulação dos contratos e a devolução do dinheiro aos cofres públicos.

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O prefeito Rafael Laske e o secretário municipal de Infraestrutura Venilton Teles são os dois réus da ação. Caso a Justiça atenda ao pedido do MP, são eles quem terão de devolver os R$ 16 mil gastos pela prefeitura com o cascalho.

Conforme apurado pelo MP, as irregularidades estariam na dispensa de licitação para contratação dos serviços, realizada em 2011. A prefeitura teria feito dois contratos, no valor de R$ 8 mil cada, para locação de duas cascalheiras quando, na verdade, teria utilizado apenas o material e não o imóvel.

O promotor Jorge Hoffmann explica que, por conta disso, o cascalho poderia ter sido comprado de outra empresa qualquer, após a realização de licitação. E que o suposto aluguel das cascalheiras teria sido utilizado apenas para “maquiar” a dispensa do processo de concorrência.

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– O MP pretende que o contrato seja declarado nulo e que os responsáveis sejam punidos por improbidade administrativa. E o dinheiro também deve ser devolvido aos cofres públicos – diz o promotor.

Ele afirma também que a prefeitura não tem provas técnicas para comprovar que realmente retirou os 30 mil metros cúbicos de material das duas cascalheiras, quantidade prevista nos contratos.

E que o custo provavelmente seria maior do que o declarado, já que máquinas e funcionários da prefeitura realizaram os serviços de retirada e transporte do material, o que, segundo o promotor, seria mais caro do que o próprio cascalho.

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Os donos das cascalheiras também são citados na ação do MP, mas não devem responder por nenhum crime, já que não há indícios de que sabiam das supostas irregularidades.

Contrapontos

O secretário de Infraestrutura, Venilton Teles, disse que já foi notificado sobre o processo e está preparando a defesa. Ele afirma que o valor pago pela prefeitura pelo cascalho seria menor do que o praticado pelo mercado. E que o material foi utilizado para melhorias nas estradas do interior do município.

Segundo Teles, é muito difícil encontrar interessados em vender cascalho, porque a retirada danifica muito as propriedades rurais. Mas, ele reconhece que nenhum processo licitatório chegou a ser feito nos últimos anos.

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O prefeito Rafael Laske não vai comentar o assunto.