O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) denunciou na segunda-feira (30) os três homens suspeitos de agredir até a morte Deivid Duarte da Silva, 20 anos, em um posto de combustíveis de Palhoça, na Grande Florianópolis. Até a tarde desta terça-feira (1º), a Justiça não havia analisado o documento que acusa o trio por homicídio duplamente qualificado. Todos estão presos na Penitenciária de Florianópolis.
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Segundo o documento, Jaison Pereira, Adriano Joel Albino e Nelson Bonifácio Albino Neto “agiram por motivo torpe e praticaram linchamento como forma de vingança”. A denúncia também aponta que o crime ocorreu “mediante recurso que impossibilitou a defesa do ofendido, o que anulou qualquer atitude da vítima no sentido de preservar sua vida”.
A Polícia Civil continua com as investigações e deve ouvir até esta quarta-feira (2) mais três testemunhas consideradas importantes para o caso. Segundo o delegado que assumiu o caso, Arthur de Oliveira Lopes, outras sete pessoas identificadas por imagens de vídeo do local já foram ouvidas.
— Nós queremos saber exatamente como ocorreu, individualizar cada conduta dos três autores — afirma o delegado.
O crime aconteceu na tarde do dia 17 de setembro enquanto Deivid Duarte da Silva abastecia seu automóvel em um posto de combustível em Palhoça. Na ocasião, os três agressores estavam em busca do jovem porque acreditavam que ele havia roubado o veículo de um motorista de aplicativo na noite anterior. A versão foi confirmada pelo trio, em depoimento à polícia.
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Ainda segundo o delegado, o depoimento de todas as testemunhas corroborou com o que já havia sido apurado sobre o ataque e descarta participação de mais agressores.
— Sabemos que estavam à procura dele (Deivid) para atentar contra a vida e estamos identificando quais foram as falas dos autores antes do fato, para sabermos o ânimo para o assassinato, o que para a investigação é bastante importante — afirma o delegado.
Relembre o caso
Deivid Duarte da Silva, 20 anos, foi espancado até a morte em um posto de gasolina no bairro Aririú, em Palhoça, no começo da tarde do último dia 17 de setembro. As agressões duraram mais de meia hora. De acordo com o Instituto Geral de Perícias (IGP), Deivid morreu por traumatismo craniano.
Inicialmente, testemunhas afirmaram que cerca de 10 pessoas haviam participado das agressões. Alguns presentes teriam tentado impedir o espancamento, mas foram ameaçados pelos autores. Outros, por outro lado, teriam incentivado o espancamento.

A Polícia Militar chegou ao local 33 minutos depois de ser acionada. A corporação explicou que a primeira ligação recebida tratava o caso como uma briga. Por isso, a ocorrência não foi considerada de extrema prioridade e entrou para a lista de espera.
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Os três suspeitos alegaram à polícia que revidaram por terem considerado porque a vítima do espancamento teria participado de um assalto que ocorreu na noite de segunda-feira, 16 de setembro, véspera do crime no posto de gasolina.
À PM, disseram que o homem teria dado apoio para dois assaltantes roubarem um veículo Prisma, que pertencia a um motorista de aplicativo. As circunstâncias, no entanto, estão sob investigação Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Palhoça, que corre em sigilo.
Sobre o assalto uma noite antes às agressões, a PM confirma a ocorrência por volta de 23h46min de 16 de setembro. Conforme o registro, um motorista de aplicativo foi acionado para uma corrida no bairro Aririú, em Palhoça, e, no ponto de chegada, "indivíduos em posse de uma arma de fogo anunciaram o roubo".
Contraponto
Procurado pela reportagem, o advogado de defesa dos três homens denunciados pelo MP, Osvaldo Dunke, afirmou que respeita o posicionamento do promotor que assinou o documento, porém, discorda da decisão.
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— Vamos fazer a resposta da acusação em 10 dias e até a próxima sexta-feira (dia 10) entramos com pedido de habeas corpus — disse Dunke.