O Ministério Público de SC interpretou como homicídio o assassinato da mulher transexual que foi encontrada morta dentro do porta-malas de um carro, em um motel do Campeche, no Sul da Ilha de Santa Catarina. O caso ocorreu ainda no dia 6 de fevereiro e foi tratado pela Polícia Civil como feminicídio.

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Ao receber o inquérito policial, no entanto, o MP-SC desconsiderou que o assassinato ocorreu por razão de gênero ou de violência doméstica e denunciou o suposto autor do crime por homicídio com qualificadoras de impossibilitar a defesa da vítima e emprego de asfixia.

O promotor de justiça, André Otavio V. Mello afirmou, no entanto, que o entendimento pode mudar no decorrer da ação:

— Não vislumbrei feminicídio pois, até então, no inquérito policial não restou claro a relação íntima doméstica entre os envolvidos – vítima e autor dos fatos. Fato que, se for apurado durante a instrução do processo, aditarei a denuncia neste sentido.

O homem também foi denunciado por ocultação de cadáver e adulteração de sinais do veículo – já que a placa teria sido dobrada para que o carro não fosse identificado na fuga – e segue preso em Florianópolis. O documento foi encaminhado à Justiça e corre em segredo. A pena para os crimes que foi denunciado é de 12 a 30 anos de reclusão.

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Esse é o terceiro assassinato de mulher transexual este ano em Florianópolis. Outras duas vítimas tinham sido atacadas no Norte da Ilha dois dias antes do crime no Campeche. Sobre o duplo homicídio das mulheres trans, ainda não há novidades na investigação. Questionado sobre o caso, o delegado Ênio Matos disse, apenas, que está "trabalhando".