Pelo menos 500 integrantes dos movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e dos Atingidos por Barragens (MAB) ocupam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária estadual (Incra-SC), em São José, desde a manhã desta terça-feira.

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O protesto faz parte de uma movimentação nacional encabeçada pelo MST, e há registros de outras ocupações pelo País inteiro. A deputada Luci Choinacki participou do ato, e vários discursos foram feitos na porta do prédio durante a manhã inteira. O grupo pretende passar a noite no local e planeja outros protestos para amanhã, na Capital e em Itajaí.

O superintendente do Incra, José dos Santos, afirma que sequer sabia que ocupação ia acontecer no começo desta manhã, mas que não houve qualquer tentativa do Incra de impedir ou dificultar o protesto. Santos deve participar de uma reunião com os dirigentes do MST e do MAB às 14h desta terça-feira para discutir a ocupação do prédio e elaborar uma solução para o impasse.

– Eles trouxeram a pauta de reivindicações para nós e o ato foi totalmente pacífico, sem nenhum tumulto, como também deve estar sendo em vários locais do país – conta o superintendente.

Agricultura familiar

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Os manifestantes chegaram ao local por volta das 8h, e às 11h, pelo menos oito ônibus de várias regiões do Estado estavam estacionados em frente ao prédio do Incra. Segundo Altair Lavratti, agricultor de Abelardo Luz e membro da diretoria nacional do MST, a ocupação não é um protesto contra o instituto em si, mas uma forma de chamar a atenção para as causas.

O agricultor explica que as principais pautas dos movimentos são três: a desapropriação de terras improdutivas, o fornecimento de um novo crédito para os pequenos agricultores e a renegociação de dívidas das famílias assentadas. Lavratti salienta ainda que desde 2012 não foi feita nenhuma desapropriação de terra no país inteiro, apesar de quase 70% dos alimentos no Brasil serem produzidos pela agricultura familiar.

– A reforma no campo não sai do papel nem com o governo “A” nem com o governo “B”, não faz diferença, porque no fim é o dinheiro quem manda. Temos uma bancada ruralista muito forte que faz tudo que pode para dificultar as ações que ajudem os pequenos produtores.