Na quarta-feira, Edimara Rodrigues, 42 anos, tirou o dia para visitar as agências de emprego em Jaraguá do Sul. A convite de dois irmãos que moram na cidade, ela mudou-se de Querência, no Mato Grosso, no dia 17 de dezembro, para tentar uma vida nova com o marido, Valdecir Rodrigues, 44 anos, e a filha, Priscila Fernanda Rodrigues, 19. Os dois também estão em busca de uma oportunidade, ele com pavimentação de estradas e a jovem com recursos humanos.
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– Morei em Jaraguá do Sul por três anos e gostei muito daqui. Tinha um emprego estável numa empresa no Mato Grosso, mas decidi voltar para ficar mais perto da família. Estou muito animada e até já recebi proposta em outra cidade para trabalhar com segurança do trabalho, área que eu já tenho experiência – comenta.
Assim como Edimara, centenas de pessoas estão aproveitando o começo do ano para tentar conseguir um emprego ou até mesmo dar uma guinada na carreira. E o momento promete ser promissor: em duas agências de emprego no centro do município, há mais de 700 vagas abertas, a maioria para trabalhar na produção e no comércio.
A diretora administrativa do Grupo Meta, Vivianne Medeiros, acredita que o momento é ideal para conseguir uma oportunidade no mercado de trabalho. Segundo ela, muitas empresas costumam rever o quadro de funcionários, abrindo chances de contratação aos interessados. A agência reabriu as portas no dia 3 e, desde então, atende cerca de 100 pessoas por dia. No momento, a empresa busca preencher cerca de 300 vagas abertas em 50 cargos.
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De acordo com ela, as vagas de vendedor, atendente e garçom estão entre as mais difíceis de serem preenchidas. Um dos motivos seria o horário do comércio, exigindo do funcionário disponibilidade para trabalhar nos fins de semana. Na área de produção, também há dificuldade para conseguir costureiras.
– Esses cargos têm uma rotatividade maior, por isso a demanda por mão de obra costuma ser grande – comenta.
Na Employer Organização de Recursos Humanos, o movimento também foi grande na manhã de quarta-feira. A agência tem cerca de 400 vagas abertas e atende cerca de 200 trabalhadores por dia. O gerente comercial, Orlando Marlo Leier, avalia que o número de oportunidades abertas no momento é semelhante a outras épocas do ano, mas que o perfil do candidato que procura emprego em janeiro é um pouco diferente dos outros meses: assim como Edimara, que veio do Mato Grosso, grande parte dos interessados é de fora do município.
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– Muitos vem visitar parentes, gostam da cidade e decidem procurar trabalho porque têm interesse em ficar – destaca.
Trabalhadores estão mais exigentes
O gerente comercial da Employer Organização de Recursos Humanos, Orlando Marlo Leier, avalia que, diferente de alguns anos, os trabalhadores estão mais exigentes, o que aumenta a dificuldade de preencher as vagas.
– Hoje existe muita oferta de emprego e boa parte dos candidatos podem escolher onde querem trabalhar. Se a empresa não oferecer um diferencial no salário e nas condições de trabalho, é mais difícil fechar a vaga – destaca.
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Orlando também afirma que, por causa da dificuldade de encontrar mão de obra, nos últimos cinco anos muitas empresa diminuíram as exigências de experiência e formação e estão oferecendo cursos de qualificação.
Sueli Ramos, 36 anos, acredita que não terá dificuldade em conseguir emprego este ano. Em outubro do ano passado ela deixou o trabalho na produção de uma empresa em Guaramirim, onde mora, e agora está em busca de uma nova oportunidade, na mesma área.
– Vou fazer ficha em algumas agências e avaliar as oportunidades que surgirem, tanto em Guaramirim quanto em Jaraguá – afirma.
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Expectativa é de aquecimento na economia
O presidente do Instituto de Planejamento e Desenvolvimento Econômico de Jaraguá do Sul, Benyamin Parham Fard, acredita que o mercado de trabalho na cidade em 2013 deve ser mais aquecido do que em 2012. Segundo levantamento do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), entre janeiro e novembro do ano passado, a cidade registrou um saldo de 2,2 mil vagas, resultado que ele considera positivo mesmo diante do cenário de desaceleração econômica no país.
O setor que mais gerou vagas foi o de serviços, com 1,3 mil empregos. A avaliação com a previsão de vagas que devem ser geradas este ano na cidade ainda não foi concluída pela Prefeitura.
Ele acredita que o ritmo de contratações no segmento de serviços seja mantido e acredita que a geração de emprego será maior nas indústrias alimentícia e metalmecânica.
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– São duas áreas que ficaram mais estagnadas no ano passado, mas que devem recuperar a demanda reprimida – avalia.
A Fiesp (Federação das Indústrias Paulistas) projeta crescimento do nível de emprego de 1,6% em 2013 ante o resultado negativo (-2,3%) para 2012. A expectativa da entidade é que a expansão da indústria chegue a 3% neste ano.