O movimento dos caminhoneiros terminou sem aceno de diálogo para avaliar as reivindicações da categoria. Em 2012, o governo havia aberto uma mesa de negociação ao fim dos protestos.
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Os ministérios dos Transportes e da Justiça mandaram a Polícia Federal investigar os protestos, centrando a atenção em Nélio Botelho, presidente do Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC).
O próprio Botelho têm dúvida sobre o resultado das mobilizações. Em 2012, conseguiu negociar com o governo a Lei do Descanso e outros pontos, como o cartão-frete. Agora, a pauta incluía subsídios ao diesel e isenção nos pedágios.
– O governo não concordou em sentar para conversar – diz Botelho.
Adversário de Botelho, o presidente da Federação dos Caminhoneiros Autônomos do Estado, Eder Dal’Lago, afirma que a pauta do MUBC é mais benéfica às cooperativas e empresas do que para os que conduzem o próprio veículo:
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– Os autônomos gostariam de discutir o vale-pedágio, a segurança nas rodovias e uma tabela de fretes.
A Polícia Federal vai investigar se as paralisações são locaute (promovidas por empresas e não por autônomos), o que é proibido. Botelho é acusado de ser empresário, o que ele nega (veja abaixo).
Entrevista: Nélio Botelho, presidente do Movimento União Brasil Caminhoneiro
“Poderia acontecer em qualquer lugar”
Zero Hora – Quais serão os próximos passos do movimento?
Nélio Botelho – Estamos aguardando convite para negociar. Sentar para conversar e ver o que acontece.
ZH – O senhor é empresário, como diz o governo federal?
Botelho – Não, sou autônomo e proprietário de um único caminhão que nem terminei de pagar.
ZH – O senhor ficou sabendo da morte de um caminhoneiro no Rio Grande do Sul?
Botelho – O que aconteceu foi lamentável. Uma fatalidade.
ZH – Não atribui isso ao movimento?
Botelho – Não. Foi um acidente que poderia acontecer em uma estrada ou em qualquer lugar.