A 13° Feira do Livro da Grande Florianópolis tem reunido trabalhadores, crianças e adolescentes que passam pelo local e levam uma obra para casa. Realizada em frente ao Terminal de Integração do Centro (Ticen), o evento acontece até este sábado (14), das 8h30 às 20h30. Os livreiros foram surpreendidos pelo movimento, e os leitores, encantados com a possibilidade da leitura.

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Luana buscou o filho Bernardo na creche e passou pela Feira a caminho do Ticen, onde pegaria o ônibus para casa. O pequeno logo se encantou por um livro de dinossauros, que a mãe comprou. 

— Peguei ele na creche e tô indo pra casa, mas dei uma paradinha e comprei um presente pra ele, que ele adora — disse Luana, já a caminho do terminal.

Com exemplares vendidos a partir de R$ 3, o organizador da feira, José Vilmar da Silva, conta que a expectativa é de que essa edição venda aproximadamente R$ 600 mil em livros. O evento é a retomada da feira que não aconteceu durante os dois últimos anos, devido à pandemia da Covid-19. Para o organizador, os livreiros e bibliotecários ficaram entre os mais prejudicados com as restrições devido ao coronavírus.

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Para Ernandes Martins, a Feira do Livro é um ponto conhecido. Leitor assíduo, o segurança de supermercados estranhou a versão mais tímida do evento após a pandemia. 

— Gosto muito de livros, tenho uma pquena bibloteca particular, desde que eu aprendi a ler, aos seis anos, não parei mais. To levando um [livro] de presente e outro para mim. Vim em todas as edições, senti falta e me parece ter diminuído. Nos primeiros anos parece ter stands, ter mais apresentações. — contou Martins. 

Os livreiros se surpreenderam positivamente com o movimento do evento, que acontece desde 4 de maio. No estande da livraria Ponto e Vírgula, Rodrigo Calistro, que é também contador de histórias e já trabalhou como apresentador em outras feiras do livro, avalia a saída de livros. 

— Movimento tá bem intenso, até porque a localização aqui é muito privilegiada, muita gente passa. Os livros são vendidos por impulso. É dificil alguém que saia para ir na livraria, mas quando tem uma feira literária como essa, olham os livros e acaba vendendo também. E isso se deve ao fluxo de pessoas. 

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No seu estande, Calistro priorizou os livros mais vendidos e lançamentos, e percebeu um forte movimento de adolescentes entre 12 e 16 anos. 

— O pessoal mais jovem procura muito mangá, que é uma espécie de gibi, e muitas vezes é a entrada do jovem pra literatura. Tá saindo bastante — fala o contador de histórias.

Ieda Silva comanda o estande da livraria “Clássica Livros” e é autora do livro “Varal das Letras”. A escritora já levou a obra para a Bienal do Livro do Rio de Janeiro e em breve, pretende lançar a segunda obra. Há 21 anos, Silva trabalha como vendedora de livros para as escolas e, com a pandemia, professoras e biblotecárias expressaram a preocupação com a alfabetização das crianças no retorno das aulas. 

— Ele fala das letrinhas do alfabeto, a professora tinha um baú que ela usava para apresentar as letras. Aí ela esqueceu aberto, e essas letras fugiram para o varal da criatividade. Onde elas começaram a se apresentar, cada uma da sua forma — conta a autora. 

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Com seis livros na mão e na metade da Feira, a médica veterinária Camila Pigliasco não perde uma edição do evento.

— Sempre que dá eu pego e venho, aproveitei e já peguei em quase todos os estandes. Peguei três infantis, que achei bem interessante, peguei mais outros aqui — falou Camila mostrando as obras. 

No estande da Promolivros, Matheus Oliveira observou uma procura maior por tipos específicos de livro. 

— O pessoal tá comprando bastante livro mesmo, consumindo bastante. Principalmente livros de auto ajudo ou de educações financeiras. O maior público principalmente quem sai da estação do ônibus e vai direto pro trabalho — conta o livreiro. 

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Em meio ao público diverso, Robson Vieira, da livraria Passo a Passo percebeu que os clientes mais frequentes são as crianças. Preocupado com a perspectiva da volta após a pandemia, o livreiro se surpreendeu com o movimento.

— A gente pensou que 2022 não ia ser tão bom quanto 2019, quando a venda foi ótima. Mas tem sido bem bom, bem bom mesmo. Tem gente que passa que leva de presente. Mas nosso público maior mesmo são as crianças. Elas param, veem uma coisa colorida e querem levar. Elas são muito incentivadas pelos próprios pais, o que hoje em dia é o que importa — contou. 

Ivanir Barni passeava com a amiga, quando viu a feira e decidiu parar. Com um livro em mente, que acabou não encontrando, a senhora acabou levando da feira uma obra que achou interessante.

— Estou achando ótima essa feira, para adquirir livros mais em conta. A gente estava passeando, viu e veio até aqui. Eu vim procurar o “Pai pobre e o Pai Rico”, mas acabei comprando um de teclado, como tenho teclado em casa eu quero ver se começo a estudar um pouquinho — conta a leitora.

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