Movimento dá aula sobre como implantar a tarifa zero no transporte publico de Florianópolis

Um aulão sobre como implantar a tarifa zero no transporte público de Florianópolis foi dada no Ticen ontem a noite. O palestrante Victor Kalhed Calejon esclareceu quem passava pelo local. Para ele e os integrantes da Frente de Luta Pelo Transporte Público, o passe livre é possível.

Em Florianópolis custaria R$ 161 milhões por ano, ou, pouco menos que R$ 34 mensais por habitante. Ainda sim, ressaltam que é necessário se modificar o meio de pagamento das empresas de transporte, que hoje é feito de acordo com o número de usuários e privilegia a prática de encherem os ônibus e fornecerem mais veículos em horários de pico ou comerciais. O ideal, segundo o grupo é a remuneração via quilometragem rodada, o que traria uma melhoria no fornecimento de ônibus.

– Quanto mais os ônibus rodassem, mais as empresas receberiam, isso traria mais ônibus para a população e seria bom para as empresas também – explica uma das ativistas, Sinara Pereira.

Entre as justificativas para se implantar a tarifa zero, o movimento diz que as pessoas não conseguem ter acesso à saúde (já que todos os hospitais da cidade ficam na região central), teatros, comércio e outros serviços públicos sem precisar passar antes por uma catraca. Com esse pensamento, eles julgam que o transporte público precisa ser gratuito para que os cidadãos tenham acesso aos outros serviços.

O casal Elza Nunes Gaertner e Nelson Gaertner, que passava pelo Ticen concorda com a tarifa zero, mas ressalta que o assunto é complicado de entender e difícil de ser aplicado. Eles moram no Ribeirão da Ilha e demoram 1h30 para chegar ao Centro, em ônibus que consideram sujos. Já deixaram de fazer coisas por conta do tempo de deslocamento e precisaram sair do aulão porque há poucos horários para o local onde moram.

A ideia do movimento, é aumentar impostos como o IPTU apenas para pessoas e empresas ricas a fim de financiar a tarifa zero. Somente o repasse de IPVA para Florianópolis, por exemplo, poderia custear um terço do sistema. Para isso é necessário modificações nas leis que regem estes tributos.