Mulher, negra, bissexual e periférica. Marielle Franco, assassinada a tiros há cerca de um ano, é a inspiração para milhares de mulheres engajadas em torno da luta contra o machismo que marca as atividades em celebração ao Dia da Mulher neste 8 de março. Manifestações que consagraram-se como "8M", este ano, em Florianópolis e no Brasil, ganharam um sentido a mais, tornando-se "8Marielle" em homenagem à vereadora carioca e feminista.

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Às 6h, a organização da Greve Internacional de Mulheres 2019 na Capital se reuniu em frente ao Terminal de Integração do Centro (TICEN) para distribuir panfletos e dialogar com as mulheres que passavam pelo local.

Ao longo desta sexta, estão programadas rodas de conversa com o objetivo de discutir temas, como racismo, diversidade, violência obstétrica, anticapitalismo e direitos trabalhistas. As atividades do ato devem se encerrar por volta das 19h, com o Bloco Cores de Aidê.

"Ela atuou na defesa dos direitos humanos, denunciou a violência das polícias e das milícias no Rio de Janeiro e se tornou a voz de milhares de pessoas. Por essa razão, foi executada em um crime que há quase um ano permanece sem solução e sem condenados", diz a descrição do evento denominado Greve Internacional de Mulheres 2019, ao enfatizar a importância do recorte de cor e classe.

Além de Florianópolis, em Santa Catarina estão sendo realizados atos do 8M em Joinville, Blumenau e Itajaí. No Brasil, mulheres se reunirão também em Aracaju (SE), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Campinas (SP), Caxias do Sul (RS), Curitiba (PR), Distrito Federal, Itapetininga (SP), Juiz de Fora (MG), Londrina (PR), Macapá (AP), Manaus (AM), Marabá (PA), Natal (RN), Passo Fundo (RS), Petrópolis (RJ), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Ribeirão Preto (SP), Rio de Janeiro (RJ), Rio Grande (RS), Roraima (RO), Salvador (BA), Santa Maria (RS), São José dos Campos (SP), São Leopoldo (RS), São Paulo (SP), Uberlândia (MG) e Vitória (ES), assim como em várias cidades pelo mundo.

Mulheres lançam manifesto feminista

Um manifesto denominado "PARA ALÉM DO 8 de Março: rumo a uma Internacional Feminista" foi lançado nesta semana com o intuito de estimular reuniões internacionais e assembleias. Disponibilizado digitalmente, o documento foi organizado por mulheres ao redor do mundo e teve assinatura de pelo menos 42 lideranças feministas brasileiras.

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"Estamos vivendo um momento de crise geral. Essa crise não é de forma alguma somente econômica; é também política e ecológica. O que está em jogo nessa crise são nossos futuros e nossas vidas. Forças políticas reacionárias estão crescendo e apresentando-se como uma solução a essa crise. Dos EUA à Argentina, do Brasil à India, Itália e Polônia, governos e partidos de extrema direita constroem muros e cercas, atacam os direitos e liberdades LGBTQ+, negam às mulheres a autonomia de seu próprio corpo e promovem a cultura do estupro, tudo em nome de um retorno aos “valores tradicionais” e da promessa de proteger os interesses das famílias de etnicidade majoritária. Suas respostas à crise neoliberal não é resolver a raiz dos problemas, mas atacar os mais oprimidos e explorados entre nós", diz o manifesto.

Confira a programação completa do 8M em Florianópolis

8h – 9h: Roda de conversa: via campesina: resistência do campo à cidade (mulheres da via campesina)

9h – 18h: Confecção de camisetas (stencil) e brechó anticapitalista (Tathiana Zimmermann e Luana Amaral)

9h – 10h: Roda de conversa: branquitude e negritude (Lia Vainer, Vanda Pinedo, Maria Aparecida Conceição)

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10h – 11h: Roda de conversa: mulheres e diversidade (Lirous K’Yo Fonseca, Jeruse Romão e Guilhermina Cunha)

11h – 11h30min: Roda de conversa: violência obstétrica (Ivone Borges e Ariela Rodrigues)

12h – 12h30min: Roda de conversa: maternidade e descentralidade do cuidado (Ana Bezerra, Gabriela Balster e Juliana Dreher)

12h30min – 13h30min: Roda de conversa: mulheres encarceradas e racismo estrutural (Marinês da Rosa, Ana Paula Cispim e Isadora de Assis)

13h30min – 14h: Roda de conversa: violência: formas e recursos (Paula Lopes, Fernanda Malty)

14h – 14h30min: Roda de conversa: precisamos falar sobre o aborto (Ingrid Maria e Morgani Guzzo)

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14h30min: Juliana D Passos – Pocket Show Samba

15h – 16h: Roda de conversa: direitos trabalhistas e previdenciários (Angela Conrad, Anna Julia Rodrigues e Edileuza Fortuna)

15h – 18h: Oficina de grafite + cantão – Kio Zaz e Oli

16h: Pocket Show MC K47

16h30min: Pocket Show MC Mooa

17h: Pocket Show MC Clandestina

17h30min: Samba das Yabás

18h: Yagbás

18h20min – 19h: Baque Mulher

19h: Marcha 8Marielle

A partir das 19h: Bloco Cores de Aidê

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