Principal evento de motos na América Latina, o Salão Duas Rodas 2013 é um marco: nunca tantas fábricas investiram tão pesado no segmento premium, de veículos para a faixa de alto poder aquisitivo.
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Em boa parte dos 110 mil metros quadrados do Palácio das Convenções do Anhembi, na capital paulista, os 485 expositores oferecem veículos e equipamentos para consumidores exigentes. A previsão é de que, até o próximo domingo, 260 mil fãs compareçam ao salão. Na 12ª edição do evento, não se fala mais de invasão chinesa ou de produtos de acabamento inferior. Os asiáticos ainda têm seu espaço, mas ficam meio apagados em meio ao festival de motocicletas e peças de última geração.
– Não diria que abandonamos o segmento mais popular, mas estamos investindo em scooters de qualidade. É o mercado que pede isso – analisa Creso Franco, presidente da Dafra.
Os números deixam clara a mudança de comportamento. Há 15 anos, o Brasil não figurava entre os 30 países onde mais se vendia motos acima de 450cc. Este ano, o mercado nacional fechará em torno de 50 mil unidades vendidas e ficará com a sexta posição no segmento. Só perderá para Estados Unidos, França, Alemanha, Itália e Japão, onde a carga tributária é pelo menos 40% menor para esses veículos.
– O mercado brasileiro é uma das prioridades da Honda. Basta ver os números – afirma Alfredo Guedes, surpervisor para assuntos institucionais da montadora.
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Não por coincidência, quase todas as apostas do Salão Duas Rodas são em veículos acima de R$ 20 mil. Japoneses (Honda, Yamaha e Suzuki), italianos (Ducati e MV Agusta), americanos (Harley-Davidson), alemães (BMW) e britânicos (Triumph) disputam palmo a palmo um mercado que rende R$ 2 bilhões ao ano.
– Isso faz com que 2014 seja um bom ano para o consumidor de motos. São diversas marcas brigando para oferecer preços competitivos – avalia Alexandre Moeller, dono da concessionária Ducati que abre este mês em Porto Alegre, na volta das lojas próprias da marca italiana.
Diretor superintendente da Harley-Davidson, o gaúcho Longino Morawski está otimista:
– O setor premium ainda tem espaço para avançar. Vamos fechar o ano com crescimento acima do previsto. E estamos aumentando nossa projeções para o próximo ano.