A maioria dos postos de combustível de Joinville já está com preços novos para a gasolina e para o óleo diesel. E quem não repassou o acréscimo para o consumidor, é claro ao dizer que não passa desta quinta-feira.

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Desde quarta, as distribuidoras estão pagando 6,6% pela gasolina nas refinarias da Petrobras e pelo diesel, 5,4%. Para os clientes, o reajuste deve ficar na média de 5%, como esperavam economistas.

Na última pesquisa de preços divulgada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), que analisou postos da cidade entre 20 e 26 de janeiro, a média da gasolina estava em R$ 2,75. Na quarta, a maioria dos estabelecimentos havia reajustado os valores para uma média de R$ 2,89.

Mesmo com a alta no preço da gasolina, abastecer o tanque do carro com etanol não continuará sendo compensador. Usar etanol só compensa quando este custa menos de 70% do preço da gasolina. A última vez que isto aconteceu em Joinville foi em meados de 2010.

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É que o reajuste do derivado do petróleo foi insuficiente para cobrir a diferença de preços entre os dois combustíveis. O derivado da cana-de-açúcar também está ficando mais alto por causa da entressafra, que deverá se prolongar até meados de abril.

Repercussão

As ações da Petrobras caíram 5,12%, com o mercado considerando os reajustes de combustíveis anunciados na véspera insuficientes para estancar a sangria de caixa da empresa.

As altas devem engordar o caixa entre R$ 6,9 bilhões e R$ 7,8 bilhões ao longo do ano, segundo analistas. Mas a expectativa de aumentos maiores do que os concedidos frustraram o mercado.

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Além disso, as perdas acumuladas por causa da defasagem de preços foram maiores no ano passado do que serão os ganhos em 2013. Foram R$ 25,1 bilhões pelo ralo em 2012, no cálculo do banco Bradesco.

Mistura maior de etanol

O governo federal vai elevar a parcela de etanol na mistura da gasolina, dos atuais 20% para 25%, a partir de 1º de maio, como uma forma de atenuar o impacto do reajuste dos combustíveis ao consumidor.

O estímulo às usinas de cana-de-açúcar veio acompanhado de um aviso do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão: aumentos “abusivos” de preços da gasolina nos postos de combustíveis serão fiscalizados “com rigor”.

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– O aumento de preços foi de 6,6% nas refinarias, então não pode chegar a 10%, por exemplo, nos postos. O mercado é livre, mas não pode se exceder. O governo vai fiscalizar com rigor -, disse Lobão, depois de uma reunião com representantes do setor sucroalcooleiro e o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Pouco antes do encontro, Mantega afirmou que o aumento dos combustíveis na bomba deve ficar próximo a 4%. Ele diz que os postos vão passar 4,4% de aumento, porque tem a mistura de etanol. Segundo ele, de 2006 a 2012, o preço da gasolina subiu 6%.

– É uma elevação modesta, uma pequena correção que não vai atrapalhar ninguém -, disse.

O impacto do reajuste anunciado na terça-feira pela Petrobras no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – indicador que baliza a política de metas de inflação – deve ser de 0,16 ponto percentual, pelas contas da Fazenda.

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