Com o dedo destroncado, a boca ferida e o nariz dolorido, a cobradora Jocelaine Alves de Oliveira, 45 anos, trabalhou o dia todo ontem na estação de pré-embarque Carlos Gomes, na Avenida Beira-Rio, onde segunda-feira à noite foi agredida por passageiros. Abalada com a violência, ela está preocupada com o futuro.

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– O casal que me agrediu prometeu voltar. Não sei o que pode acontecer agora, sei que tenho que seguir em frente e não posso deixar de trabalhar. A situação está passando dos limites, além da agressão verbal estão partindo para a física – conta a funcionária, que trabalha desde maio no local.

A violência contra a trabalhadora pode levar à paralisação do transporte hoje em Blumenau. Na segunda-feira de Carnaval, os agressores de Jocelaine se irritaram pois tiveram de esperar a troca de turno entre os cobradores para entrar na estação. Quando a funcionária os advertiu sobre pular a catraca, o casal se descontrolou e iniciou a agressão.

Este não é o primeiro caso registrado neste ano em Blumenau. No mês passado um motorista e um cobrador foram atacados no Aterro. Um levou oito pontos na boca e o outro sofreu fratura no rosto. Os dois foram agredidos por jovens que se recusaram a pagar as passagens.

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Trabalhadores pedem vigilantes para rondas

O clima de insegurança segue pela Avenida Beira-Rio e terminais. Na estação de pré-embarque Doutor Blumenau os funcionários reclamam da falta de policiamento e do comportamento dos passageiros.

– Quando a passagem aumenta, somos os primeiros a receber as reclamações. Se o ônibus atrasa a cobrança cai sobre nós também. Além disso, ficamos sozinhos aqui e lidamos com dinheiro e diferentes tipos de pessoas – conta Eni Terezinha Dias, cobradora há sete anos e vítima de assalto num ponto de ônibus em 2009.

Os funcionários estão apreensivos e pedem segurança. De acordo com o presidente do Sindicato dos Empregados das Empresas Permissionárias do Transporte Coletivo Urbano de Blumenau e Gaspar (Sindetranscol), Ari Germer, nas últimas semanas algumas providências foram tomadas, como a manutenção da iluminação nos estacionamentos dos ônibus, mas os servidores reivindicam mais segurança nos terminais:

– Solicitamos há muito tempo. Houve um debate sobre a questão dos seguranças armados, mas não é o que queremos. O pedido é por seguranças desarmados, mas treinados, não que cobradores de ônibus sejam colocados para fazer ronda.

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