Postos de combustível e estabelecimentos que oferecem o serviço de lava-rápido já registram prejuízos por causa da crise da água em São Paulo. Gerentes afirmam que motoristas estão abrindo mão da limpeza dos veículos e deixaram de aparecer.
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Gerente do Autoposto Limac, na Casa Verde, zona norte da capital paulista, Fernando de Oliveira Sousa disse que notou uma diminuição no número de clientes que pedem a lavagem após o abastecimento.
– Tem gente que, por causa da crise, prefere não fazer – contou Sousa.
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Ele ainda relatou que o posto reduziu em duas horas o período para realização do serviço, que agora funciona das 8h às 18h. O local usa água da rua.
No lava-rápido Nobrecar, também na Casa Verde, o movimento está caindo gradativamente, segundo Antônio Gomes, gerente do local.
– O problema começou há três meses e está piorando. O movimento está caindo porque os clientes acham que a gente usa água da rua e não vêm mais. Gomes diz que os proprietários planejam colocar uma faixa sobre a origem da água para atrair os clientes – explicou, afirmando que utilizam caminhão-pipa para a lavagem.
Localizado em Perdizes, na zona oeste, o posto Portal das Perdizes chegou a perder parte da clientela há três meses. Segundo o gerente Carlos Carneiro, eles se afastaram porque não queriam contribuir com o desperdício de água:
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– Tivemos de colocar um cartaz, divulgando que a gente tem poço artesiano, para o pessoal voltar.
Foi também há três meses que a empresa M&F Full Quality, na Barra Funda (zona oeste), incluiu a lavagem ecológica na lista de serviços, que tinha como foco polimento e higienização de veículos.
– Começamos por causa da crise. Nós usamos produtos para lavagem a seco e água de reúso – disse o gerente Wellington Duarte.
A questão é vista com preocupação pelo presidente do Sincopetro, sindicato que representa os postos de combustível no Estado.
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– Estamos com um problema sério que é a mão de obra ociosa, que pode ser demitida. Vamos ter de lutar para evitar demissões em massa – afirmou José Alberto Paiva Gouveia.
No pequeno município de Descalvado, no interior paulista, que tem pouco mais de 30 mil habitantes, a suspensão do serviço de lavagem dos veículos foi solicitada pela prefeitura e uma multa deve começar a ser cobrada.