Categorias impactadas diretamente pelo reajuste de 18,8% no valor da gasolina e de 24,9% no do diesel, entidades que representam motoristas de aplicativo e de transporte de carga consideram a situação “crítica” e veem precarização do serviço e repasse emergencial do aumento para o consumidor.
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A Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística no Estado de Santa Catarina (Fetrancesc) definiu a situação como “crítica”, e a Associação dos Motoristas de Aplicativo de Santa Catarina (Amasc) disse que a repercussão é a “pior possível” entre os profissionais.
De acordo com a federação, que representa as empresas de transporte de carga, a crença era de que, com a estabilização da pandemia da Covid-19, os preços voltassem a ficar mais estáveis. Porém, com o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, a instabilidade afetou o barril do petróleo, o que causou uma reação em cadeia.
“A Petrobras anunciou mais um reajuste para o diesel de 24,9%, uma situação crítica para o transportador que ainda está negociando com os seus clientes o repasse dos quase 50% de aumento que aconteceram em 2021”, diz a nota divulgada pela entidade.
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Segundo a Fetrancesc, ainda em fevereiro já havia sido constatada a necessidade de recomposição no preço do frete devido aos aumentos relacionados a insumos do transporte. Agora, de acordo com a federação, a única solução, após o anúncio da Petrobras, “é repassar o valor de forma emergencial”.
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“O aumento de hoje do preço do diesel, da ordem de 24,9% acarreta a necessidade de reajuste adicional no frete de, no mínimo, 8,75%, fator esse que deve ser aplicado emergencialmente nos fretes. Esta é a única solução para o problema trazido pelos constantes aumentos no preço do diesel e para os altos índices de reajuste que vêm ocorrendo” afirmou a Fetrancesc por meio da nota.
Além das transportadoras, outro grupo diretamente impactado pelo novo aumento dos combustíveis é o de motoristas de aplicativos de transporte. Segundo o presidente da Associação dos Motoristas de Aplicativo de Santa Catarina (Amasc), Jorge Pires, a tendência é de que o número de corridas diminua devido ao aumento dos custos para os motoristas.
— A repercussão é a pior possível. A gente está [trabalhando] desde 2016, quando começaram as plataformas, e até agora tivemos 10 centavos de aumento por quilômetro rodado, mais o aumento para os passageiros… O passageiro está pagando mais, mas nós ganhamos a mesma coisa, e os combustíveis aumentaram mais de 100%. Mas, não é só a gasolina. Aumentando a gasolina, aumenta tudo e todo esse custo quem tem somos nós, os motoristas — afirma Pires.
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