Dez anos depois de ter provocado um segundo acidente na BR-282 que provocou 16 mortes, o motorista Rosinei Ferrari foi preso na quinta-feira em Cascavel, no Paraná. Em outubro de 2007, ele dirigia um caminhão com 30 toneladas de açúcar e não parou na fila provocada por um acidente entre um outro caminhão e um ônibus no Km 630 da BR-282, em Descanso.
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No primeiro acidente morreram 11 pessoas. Ferrari não conseguiu parar o veículo e provocou um segundo acidente, atropelando bombeiros e policiais que prestavam socorro, além de jornalistas e também moradores da região. Neste segundo acidente morreram 16 pessoas.
Ferrari também saiu ferido e ficou 72 dias no Hospital São José, em Maravilha, de onde saiu direto para a cadeia da delegacia de Descanso, onde ficou detido por um ano e oito meses, até conseguir um habeas corpus.
Em 2015, em júri realizado em Chapecó, o motorista foi condenado a 21 anos de prisão. Os jurados consideraram o motorista foi culpado pois ele tinha ciência de problemas no veículo, que estava com apenas 20% dos freios. A perícia apontou que, no momento da colisão, o caminhão estava a 102 km/h.
De acordo com o defensor público Rodrigo de Freitas, que atuou na defesa do motorista durante o julgamento, houve recurso da decisão. Foi pedida a redução de pena e até nulidade de decisão.
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O Tribunal de Justiça de Santa Catarina julgou o recurso no dia 6 de novembro, manteve a condenação e a inabilitação para dirigir, mas reduziu a pena para 14 anos de reclusão. A Defensoria púbica entrou com novos recursos, que foram negados.
De acordo com a defensoria pública, Ferrari acabou preso pois há um entendimento de que, baseado em decisões do Supremo Tribunal Federal, pode haver prisão após condenação em segunda instância.
O defensor público Rodrigo de Freitas disse que o caso do motorista agora está sob responsabilidade do núcleo recursal da Defensoria em Florianópolis, que está fazendo recurso e pedido de habeas corpus ao Superior Tribunal de Justiça, em Brasília.