O motorista suspeito de atropelar a menina Jhenniffer Gerola, 14 anos, e o pai dela, que é cadeirante, no bairro Aventureiro, em Joinville, foi indiciado por homicídio culposo e lesão corporal culposa (quando não há a intenção de matar). Segundo o delegado Eduardo Defaveri, responsável pela investigação, o inquérito policial foi concluído esta semana e encaminhado ao Fórum nesta quarta-feira (27).

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— Ouvimos a testemunha que faltava para concluir o inquérito, que era o portador de necessidades especiais (o pai de Jhenifer) — informou o delegado.

Inicialmente, testemunhas relataram que um adolescente estaria dirigindo o carro, mas a hipótese foi descartada pelo delegado, que verificou estas informações a partir de imagens captadas no momento do acidente e após o acidente. Segundo Defaveri, o motorista, um homem de 55 anos, prestou depoimento à polícia e alegou que sofre de distúrbio do sono. Ele contou que, momentos antes de atingir a menina e o pai dela, ele teria “apagado” ao volante.

O homem ainda informou que acordou minutos depois do atropelamento. De acordo com o delegado, o motorista também estava com a carteira de habilitação vencida, o que pode ser um agravante no processo. Agora, depois da análise do Judiciário, o inquérito policial será enviado ao Ministério Público para que seja formulada a denúncia contra o motorista.

Atropelamento da menina foi na Estrada Rio do Ferro

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O acidente ocorreu na manhã de 16 de fevereiro, na Estrada Rio do Ferro. Jhenniffer guiava o pai em um cadeira de rodas quando eles foram atingidos por um Golf — segundo o inquérito, eles estavam atravessando a rua no momento do acidente.

Segundo a mãe da menina, Matilde do Carmo Gross, 49 anos, pai e filha saíam juntos para vender artesanato e outros produtos, que era a fonte de renda da família. Era uma forma de Edson vencer a depressão depois que teve um AVC.

A menina chegou a ser encaminhada ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na madrugada de 17 de fevereiro. O pai dela, Edson Luiz Gerolla, de 49 anos, permanece internado no Hospital São José. Ele fez uma cirurgia em um dos pés na semana passada e iria passar por uma cirurgia no fêmur nesta semana.

Passeata pediu justiça

Uma semana depois do acidente, familiares e amigos de Jhenniffer realizaram uma caminhada em homenagem a menina. Eles fizeram um trajeto de aproximadamente três quilômetros, saindo em passeata da frente da casa da família até o local onde aconteceu o acidente. No local, realizaram uma oração e conversaram sobre o ocorrido, antes de caminharem até o cemitério onde a menina foi sepultada.

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Ainda abalada pela perda da filha, Matilde do Carmo Gross, 49 anos, lembrava dos sonhos da filha enquanto caminhava. Entre os desejos de Jhenniffer estava o de ser modelo e de participar de um filme. Matilde também fez questão de agradecer a participação das pessoas na passeata.