A Polícia Civil de Florianópolis identificou que o motorista de uma Land Rover que atropelou quatro pessoas da mesma família no dia 1º de janeiro no bairro Ingleses, no Norte da Ilha, usava um documento falso com o nome de outro homem. Pela verdadeira identidade, o motorista já era condenado a 10 anos de prisão por integrar organização criminosa, furto qualificado e corrupção ativa.
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Segundo o delegado Pedro Henrique de Paula e Silva Mendes, o documento usado pelo homem em Florianópolis na noite do acidente era verdadeiro, no entanto possuía informações falsas – provavelmente confeccionado com o uso de uma certidão de nascimento falsificada. Tratam-se de nomes semelhantes, porém com a grafia diferente e, no documento falso, sem um dos sobrenomes reais do acusado. O motorista está preso preventivamente na Capital desde o acidente.
– Já foi comunicado à Justiça, vão retificar a denúncia e a polícia vai instaurar um novo inquérito policial para apurar o eventual crime de uso de documento falso. Fizemos contato com o Instituto Geral de Perícias e solicitamos a coleta de material datiloscópio do homem preso para confrontar com os arquivos e confirmar a identidade – explicou o delegado.
Ainda segundo o delegado, o motorista é natural de Brasília, enquanto o dono do nome que ele havia apresentado é de Florianópolis:
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– A pessoa existe, conseguimos entrar em contato. Ele disse que teve os documentos clonados e que inclusive já teriam utilizado os dados dele para fazer compras na internet.
A reportagem entrou em contato com Wanner Oliveira, atual advogado do motorista. Ele disse que ainda não tinha conhecimento sobre a acusação de documentação falsa, e ressaltou que o cliente apresentou a ele a mesma documentação entregue à polícia.
O Ministério Público já se pronunciou sobre os novos fatos e reforçou a cobrança para que o IGP identifique o homem oficialmente e que a polícia investigue o uso de documentos falsos.
O acidente
Segundo a denúncia do MPSC, quatro pessoas da mesma família foram atropeladas pelo homem na rua das Gaivotas, no bairro Ingleses, no Norte da Ilha de SC. O motorista estava em um estacionamento e tinha se envolvido em uma discussão. Ele dirigia uma Range Rover Sport blindada e apresentava sinais de embriaguez.
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Ainda de acordo com a denúncia, o atropelamento aconteceu por volta das 18h20min. O motorista teria então posicionado o carro no portão para acessar a rua. Neste momento, ele acelerou o veículo de forma brusca e saiu “cantando pneu em alta velocidade”, conforme a denúncia.
Ele perdeu então o controle do veículo e começou a trafegar em zigue-zague por cerca de 100 metros. Em seguida, invadiu a calçada e atropelou a família: uma adolescente de 15 anos, a mãe dela, de 35, o padrasto, de 38, e o irmão da garota, um jovem de 18.
A adolescente ficou presa embaixo de uma das rodas do carro. Ela teve lesões gravíssimas, como fraturas nas duas pernas, nos dois braços, nas costelas e na clavícula, entre outras, e teve perfuração do pulmão e outros órgãos. As outras vítimas tiveram lesões leves.
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