Ficou pronto nesta quarta-feira o laudo pericial referente ao médico Gustavo Morelatto, 32 anos, motorista do Mercedes envolvido no acidente na Lagoa da Conceição que deixou duas pessoas em estado grave. Uma delas corre risco de morte.
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O Instituto Geral de Perícias (IGP) não realizou exames, mas fez uma perícia clínica em Gustavo, que se apresentou no IGP às 4h10min de domingo, dia 3, cerca de quatro horas depois do acidente, que aconteceu pouco depois da meia-noite de domingo.
Conforme a assessoria de comunicação do IGP, com base no laudo número 2050/13, o médico Gustavo não estava em estado de embriaguez.
A afirmativa do perito não foi feita com base em exame laboratorial, pois o médico Gustavo não concordou em coletar sangue para dosagem alcoólica quando chegou no IGP, acompanhado de autoridade policial.
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Gustavo também se recusou a fazer o teste do bafômetro no local do acidente, a Rodovia Admar Gonzaga.
Na perícia clínica, o médico do IGP observou que Gustavo estava lúcido, orientado no tempo e no espaço, e coerente, com equilíbrio estático e dinâmico mantidos.
De acordo com a assessoria do IGP, o médico Gustavo apresentava olhos vermelhos, e não apresentava alteração da capacidade psico-motora, sonolência nem odor de álcool no hálito. Conforme o laudo, ele não foi agressivo nem arrogante.
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O médico responsável pelo laudo registrou, entre as observações pertinentes, que Gustavo Morelatto não concordou em coletar sangue para dosagem alcoólica.
O laudo sobre Gustavo está à disposição da Polícia Civil.
A assessoria do IGP informou que não foi realizada perícia no médico Rafael Reinert, 28 anos, que estava no banco do carona da Mercedes com Gustavo.
De acordo com testemunhas, Gustavo e Rafael estavam com sinais visíveis de embriaguez quando a Mercedes bateu de frente contra um Sandero na pista contrária.
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A testemunha Mariana de Abreu Bastian afirmou que os dois se enconderam no banco de trás da Merecedes quando a polícia chegou.
– Eles ficaram dentro do carro, escondidos, quando tiraram os dois de dentro do veículo, tropeçavam. Foi revoltante – lembra Mariana, que ajudou as vítimas.
Outra testemunha, Thais Tréz, contou que a Mercedes estava em alta velocidade. O motorista do Sandero, Felipe de Oliveira Uba, 20 anos confirma esta versão.
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Dos três ocupantes do Sandero, dois ficaram feridos. Franciele Borges, 23, e Wellington Fabrício Marcomini, 27, foram levados ao Hospital Celso Ramos com traumatismo craniano.
Franciele deverá ter alta até o final da semana, pois teve traumatismo leve. Wellington teve traumatismo craniano grave, pulmão machucado e corre risco de morte.
Gustavo e Rafael, protegidos pelo airbag, não se machucaram.
Contraponto
O que diz o advogado de Gustavo Morelatto, Francisco Ferreira:
Gustavo permaneceu todo o tempo no local do acidente, à disposição da autoridade policial. Foi encaminhado e acompanhado por um agente de polícia ao IGP, cerca de duas horas e meia após o acidente, para submeter-se à perícia.
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No IGP, médico plantonista verificou inicialmente as condições psicomotoras de Gustavo, além de submetê-lo à pesquisa de halitose. Nesta investigação, nada de anormal foi detectado, exceto que se encontrava com os olhos vermelhos. A vermelhidão nos olhos era decorrente da fadiga diária, pois passara o dia trabalhando como médico-residente, e do stress pós-acidente.
O médico do IGP realizou exame clínico visual em Gustavo e apontou que o motorista tinha sua capacidade psicomotora preservada e por isso entendeu como desnecessária a submissão ao exame de sangue. Em nenhum momento Gustavo se negou a realizá-lo, até porque não lhe foi exigido. Se fosse exigido, Gustavo prontamente teria atendido a requisição do médico do IGP.
Acrescenta-se, estranhamente, que o condutor do veículo em que estavam as vítimas não foi submetido a nenhum exame, quando, perante a lei ninguém deve ser excetuado nestas situações dos respectivos e necessários exames.
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