Depois de 29 horas de júri o motorista Rosinei Ferrari foi condenado a 21 anos de prisão em virtude da morte de 16 pessoas ocorrida no dia 9 de outubro de 2007, no quilômetro 630 da BR 282, em Descanso.
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A sentença foi lida pelo juiz Jeferson Vieira, por volta 13h30 desta quinta-feira. O julgamento iniciou na quarta-feira, às 8h30.
No dia do acidente Ferrari carregava uma carga de 30 toneladas de açúcar do Paraná para o Rio Grande do Sul. Ele não parou na fila provocada por um acidente anterior, com um ônibus de agricultores e fundionários da Cooperalfa de São José do Cedro, que voltava de Chapecó, e colidiu contra um caminhão do Rio Grande do Sul.
No primeiro acidente morreram 11 pessoas. Ferrari disse durante o julgamento que, inicialmente, pensou que era uma blitz. Quando chegou na fila dos veículos, não conseguiu parar o caminhão e acabou atropelando policiais, bombeiros, jornalistas e outras pessoas que estavam no local.
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A perícia apontou que o caminhão tinha apenas 20% dos freios e colidiu a 102 quilômetros por hora.
A defesa argumentou que ele não tinha intenção de matar. Mas a promotoria defendeu que o motorista assumiu o risco ao andar com o veículo em más condições.
Ele foi condenado por 14 mortes por dolo eventual e duas por homicídio culposo, sem intenção de matar, além de 16 lesões corporais.
Após o acidente Ferrari ficou hospitalizado durante 72 dias no Hospital São José, em Maravilha. De lá ele saiu para a cadeia da delegacia de Descanso, onde ficou um ano e oito meses preso, até conseguir um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal.
Em virtude desse habeas corpus ele vai recorrer em liberdade. De acordo com o juiz Jeferson Vieira essa é uma decisão de maio de 2008 e não há fato novo que justifique a mudança.
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Os advogados de defesa, Renan Soares de Souza e Rodrigo de Freitas, informaram que vão recorrer da decisão.
Cristiane Regina Michels Sehnen, viúva do policial militar Ilvânio Sehnen, uma das vítimas do acidente, ficou satisfeita com a condenação.
– Foi um desgaste muito grande mas é o que a gente esperava, queremos agora que ele cumpra a sentença que recebeu – disse a viúva, em entrevista para a RBS TV.
O juiz Jeferson Vieira informou também que os proprietários da empresa de transportes para a qual Ferrari trabalhava, Nerci e Gilmar Turatto, também são réus no processo e serão julgados em Chapecó.
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– O processo está em fase final e esperamos colocar em patuta até o final do ano ou início de 2016.