Só uma fatalidade explica a partida prematura de um dos filhos da família Katzer. Kaio tinha 22 anos e muitos sonhos quando, na tarde de sábado, deixou o trabalho na Metalúrgica Tupy, montou na moto que era seu veículo de transporte mais usual e partiu em direção à Zona Sul de Joinville.

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Era o mesmo trajeto feito todos os dias – no domingo, ele tinha a intenção de trabalhar novamente e fazer o mesmo caminho: no meio dele, estava a rua General Rondon e o trilho de trem. Por volta das 17h30, no entanto, quando o trem passou, a moto de Kaio estava sobre os trilhos.

– Ainda não conseguimos entender o que aconteceu. Acho que foi problema mecânico. Ontem falei com o maquinista e ele disse que havia três motos nos trilhos naquela hora: um conseguiu passar, o outro deu a ré, mas meu irmão caiu – conta o irmão, Kléber Katzer.

Kaio trabalhava como operador de máquinas e estava no último ano do curso superior de tecnologia em gestão da produção industrial. Quando conquistasse o diploma, já tinha planos de começar uma pós-graduação.

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Experiente, ele tinha carteira de motorista para pilotar motocicletas desde os 18 anos, e utilizava a moto todos os dias. Uma das suposições das testemunhas é de que ele teria se assustado com a chegada do trem e tentado pular do veículo, mas não conseguiu deixar o trilho a tempo.

A reivindicação para as obras do contorno ferroviário em Joinville e região é antiga. Ela prevê a retirada dos trilhos das áreas urbanas de Joinville, Jaraguá do Sul e São Francisco do Sul, criando uma nova linha férrea por áreas rurais da região. A obra, no entanto, está parada desde julho de 2011.

Com o acidente, por volta das 17h30 de sábado, o trem parou na região e o trânsito foi interrompido no trecho final da rua Graciosa até a chegada das equipes do Instituto Médico Legal. Por volta das 20h40, o trânsito foi totalmete liberado.

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